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20/05/2002 - 03h28

Exposição "Paris 1900" ocupa o CCBB-Rio com peças do Petit Palais

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FRANCESCA ANGIOLILLO
da Folha de S.Paulo

O começo do século 20 deu à luz a modernidade. Nos primeiros 1900 se fundamentaram descobertas e inovações que atravessaram, como paradigmas ou sob a forma de influência, os cem anos seguintes -as vanguardas artísticas, a psicanálise.

O maior palco dessas transformações foi a liberal e republicana Paris, que luzia remodelada, depois da reforma urbana implementada pelo barão de Haussmann em 1899, lavando da cidade resquícios medievais, abrindo bulevares e elevando edifícios.

Essa efervescência é inspiradora da exposição "Paris 1900", a partir de amanhã no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio.

As peças vêm do Petit Palais, criado como um dos pavilhões franceses na Exposição Universal de Paris, em 1900, e logo convertido em museu para a então arte contemporânea -o que lhe deu rico acervo do período. De um edifício novecentesco para outro: a sede do CCBB foi construída na mesma virada de século.

O pai da idéia e responsável pela curadoria da mostra é Gilles Chazal, 55, diretor do Petit Palais. "Paris 1900" é uma forma de "agradecimento" pelos empréstimos brasileiros para a montagem da mostra "Brasil Barroco", que lotou o Petit Palais em 2000, explica Chazal à Folha, por telefone, de Paris.

Para "dar ao público brasileiro uma idéia bastante rica do período", a mostra traz pinturas, esculturas, objetos de arte, gravuras e desenhos, articulados em torno de temas, como a mulher parisiense, o cotidiano, o art nouveau e o simbolismo.

Além dos temas lembrados por Chazal, destacam-se salas dedicadas a personalidades específicas, caso, por exemplo, da diva do teatro Sarah Bernhardt. Dona de um comportamento atípico para as mulheres da época, a "Divina Sarah" fez turnês por todo o mundo -inclusive pelo Brasil.

"Consagramos uma sala a Sarah Bernhardt, em primeiro lugar, porque ela é muito conhecida no Brasil", diz Chazal. Outra razão para o espaço especial é constar do acervo do Petit Palais o principal retrato da atriz, feito por seu amante Georges Clairin.

Complementam a sala um busto feito pela atriz, escultora nas horas vagas, representando outro de seus amantes, o dramaturgo Victorien Sardou, e fotos especialmente adquiridas pelo Petit Palais para a mostra.

A figura do marchand Ambroise Vollard também merece destaque. O "olho aguçado" de Vollard foi responsável por reconhecer o talento e difundir o trabalho de artistas que se tornaram ícones, como Cézanne e Picasso.

A programação da mostra - que segue do Rio para São Paulo (de 5/8 e 6/10) e Porto Alegre (17/ 10 a 17/11)- completa-se com seminário e espetáculos musicais.

Chazal ressalta que a exposição ganhará muito com o acervo do Masp. "Há um complemento do cubismo e do fauvismo que nós não poderíamos mostrar, porque o Museu de Arte Moderna de Paris nasceu do Petit Palais, no começo dos anos 60, e perdemos para ele o fauvismo e o cubismo. Mas, com a ajuda do Masp, será possível mostrar que eles nasceram antes de 1914", diz.


PARIS 190
peças do Petit Palais sobre o período de 1880-1914
Curador: Gilles Chazal
Onde: CCBB-Rio (r. Primeiro de Março, 66, tel. 0/xx/21/3808-2020)
Quando: de amanhã a 21/7, de ter. a dom., das 12h30 às 19h30. Grátis. Inscrições para o seminário esgotadas
 

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