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30/05/2002 - 03h59

Bratke desiste da 26ª Bienal e apóia Costa

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FABIO CYPRIANO
da Folha de S.Paulo

Na véspera da abertura da 25ª Bienal de São Paulo, o presidente da fundação, Carlos Bratke, anunciou que iria se candidatar novamente ao cargo, e pretendia manter o curador alemão Alfons Hug e o brasileiro Agnaldo Farias em suas funções.

Na véspera do encerramento do evento, sucesso de público, que termina no domingo, Bratke desiste e apóia o empresário Manoel Pires da Costa, ex-presidente da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) e diretor do Masp-Centro, para o cargo. "Tive um surto de euforia, mas por motivos profissionais não posso me ocupar novamente de uma Bienal, é muito trabalho; por outro lado, o Manoel já manifestou seu desejo em ocupar o cargo", afirma Bratke.

O novo candidato, que está em Paris e não foi localizado pela Folha, já tem apoio de membros influentes no conselho da fundação, entre eles dois ex-presidentes da Bienal: Julio Landmann (24ª Bienal) e Edemar Cid Ferreira (22ª e 23ª).

"A indicação de Manoel já é um fato consagrado; Bratke foi escolhido para se empenhar especialmente na Bienal de Arquitetura e deve continuar atuando nessa área", diz Landmann. Ferreira concorda: "O Manoel tem experiência em grandes iniciativas e é um conselheiro dedicado".

Segundo o estatuto da Bienal, terminado o evento, há um prazo de dois meses para a eleição do novo presidente. "Já tenho agendada uma reunião de diretoria para o próximo dia 10, quando será decidido o cronograma das eleições", afirma Bratke.

Outros candidatos, mesmo fora do conselho da Bienal, podem se apresentar. No entanto, atualmente a instituição vive uma fase de consenso, após a renúncia de seis conselheiros, liderados por Milú Villela, em julho de 2000, e a eleição de Pires da Costa é dada como segura. Caberá a ele escolher o curador da 26ª Bienal, que dever ser realizada em 2004.

Público
Até sexta-feira passada, 580 mil pessoas já tinham visitado a mostra. Um marco que supera o recorde que até então pertencia à 22ª Bienal, em 1994, com um público de 500 mil visitantes. De acordo com média diária de visitantes, de 8.500 pessoas, a Fundação Bienal projeta que até o domingo o total chegue a mais de 650 mil visitantes. "Esse número expressivo mostra que derrubou-se o mito de que o público era atraído pelo núcleo histórico; hoje os museus cumprem essa função, e a Bienal pôde assumir seu caráter contemporâneo", diz Bratke.

Do total de visitantes projetados, cerca de 300 mil compareceram espontaneamente ao evento. Por um acordo com a Secretaria de Estado da Educação, 220 mil estudantes do 2º grau foram levados à mostra. Outros 130 mil de escolas particulares também entraram gratuitamente.

Verbas públicas
Além do número positivo na visitação, Bratke também afirma que a Bienal será encerrada sem dívidas, graças ao forte apoio público ao evento: de verbas governamentais a Bienal obteve R$ 11,5 milhões. "Foi difícil a captação com a iniciativa privada, especialmente por causa do apagão, mas mesmo assim conseguimos cerca de R$ 2,5 milhões", diz Bratke.

Das verbas públicas, a maior parte veio do governo federal, com R$ 9 milhões, sendo que R$ 3 milhões estão ainda por ser liberados. A Prefeitura de São Paulo comprometeu-se com R$ 1,5 milhão, também ainda não liberada, e o governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação, com R$ 1 milhão, para a visitação da escola. Com a verba obtida na bilheteria, de cerca de R$ 2 milhões, a Fundação Bienal chegará a ter recebido R$ 16 milhões.

A prometida gratuidade da mostra acabou acontecendo apenas em alguns dias. "O dinheiro de bilheteria é importante para que possamos pagar empréstimos antecipados, o que não poderia ser realizado com dinheiro do governo", afirma Bratke.

A última tarefa de Bratke enquanto presidente é organizar a participação brasileira na Bienal de Arquitetura de Veneza, que é inaugurada no próximo dia 7 de setembro e tem como tema "Next" (próximo). Os curadores já foram escolhidos, são Elisabete França, ex-secretária de Habitação do governo Celso Pitta, e Glória Bayeux. "Já apresentamos lá os arquitetos mais significativos do país, iremos agora expor projetos sociais de habitação", diz Bratke.



25ª BIENAL DE SÃO PAULO
www.bienalsaopaulo.org.br. Pavilhão da Bienal (av. Pedro Álvares Cabral, portão 3, Ibirapuera, tel. 0/xx/ 11/5574-5922, r. 264). Até dom., das 9h às 22h. Ingr.: R$ 12 (grátis para menores de seis e maiores de 65 anos)
 

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