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13/06/2002 - 11h28

Bosco Brasil, Alberto Guzik e Dionisio Neto estréiam hoje no Sesi

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VALMIR SANTOS
da Folha de S.Paulo

Um cabo da PM defende-se daqueles que o temem, mulher incluída. Medo. Um professor universitário duvida da sua capacidade de amar e de ser amado.

Medo. Um taxista comum ganha o bolão do jogo da seleção brasileira e, hospedado em hotel de quinta categoria, sente-se a jóia da urbe poluída. Submedo.

A insegurança (em si ou dos outros) permeia as histórias da terceira semana da Mostra de Dramaturgia Contemporânea no Teatro Popular do Sesi. "Blitz", de Bosco Brasil; "Errado", de Alberto Guzik; e "O Dia Mais Feliz da Sua Vida", de Dionisio Neto, são as peças curtas que o Núcleo Teatro Promíscuo apresenta de hoje a domingo, com entrada franca (ingressos têm de ser retirados com uma hora de antecedência; veja quadro ao lado). Até o dia 30, o evento traz 15 textos inéditos.

Em "Blitz", com direção de Ariela Goldmann, Bosco (de "Atos e Omissões", "Novas Diretrizes em Tempo de Paz") reaproxima-se do cotidiano.

Um casal sofre consequências do assassinato de uma criança na escola do bairro. O cabo Rosinha (Elcio Nogueira Seixas), que estava entre os PMs que atenderam à ocorrência sobre uma confusão no local, é o principal suspeito de disparar um tiro.

Tanto diz-que-diz na comunidade entristece a mulher, Heloísa (Luah Guimarãez), a Helô do Pãozinho, como é conhecida na padaria em que trabalha. Ela quer mudar dali, mudar de vida. Mas, malas prontas, ouve o relato do marido sobre o que realmente aconteceu. É a deixa para vir à tona a memória do filho que também perderam.

Em "Errado", dirigido por Sérgio Ferrara, Guzik ("Risco de Vida"), crítico do jornal "O Estado de S. Paulo", aborda perdas e buscas afetivas, políticas ou sociais.

O professor Frederico (Renato Borghi), sessentão introvertido, sempre desconfiado de que há algo errado consigo, conhece Jairo (Gabriel Pinheiro, ator convidado do Promíscuo) em uma boate gay do centro paulistano. Vendedor de loja de grife popular, o rapaz está a anos-luz do modo de viver e de pensar de Frederico.

O caso mobiliza ambos e aqueles que os rodeiam, como a irmã do professor, Gisela (Luah), e o amigo dele, Paulo (Seixas). Além de Assunção (Débora Duboc), colega de Jairo na loja.

Uma comédia contrabalança os dois dramas curtos da semana. Em "O Dia Mais Feliz da Sua Vida", dirigido por Márcia Abujamra, Dionisio Neto ("Antiga") lida com seres urbanos que se encontram por acaso em um quarto de hotel fuleiro.

Em clima propício de Copa do Mundo, desenha-se um estranho diálogo entre Teófilo (Borghi), um taxista típico da metrópole, eufórico por vencer um bolão, com sua amante adolescente, Virgínia (Duboc), e com um tatuador, Escárpia (Seixas).

O hóspede recebe-os em seu quarto, enquanto assiste a um jogo de futebol. A tatuagem é um exemplo da mudança de visual, da "vida nova" pós-bolão. Também manda reformar o carro.

Amante-passageira do taxista, Virgínia é uma promotora de eventos que acaba de chegar de um congresso de dentistas em figurino de tubo de pasta de dentes. Dispara ilações existenciais, diz que fez "loucuras" na noite anterior e roga pela caixa que esquecera no carro de Teófilo. Uma caixinha de surpresas, claro.




 

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