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17/06/2002 - 12h48

Globo não vai explorar sexo no "Big Brother", garante Boninho

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MARCELO BARTOLOMEI
Editor de entretenimento da Folha Online

Em cinco semanas de programa, o diretor-geral do "Big Brother Brasil 2", J.B. de Oliveira, o Boninho, levou um susto na semana passada, quando foram ao ar cenas de sexo -mesmo que embaixo dos lençóis- entre dois participantes da atração. Apesar de tentar não esconder a realidade, o sexo não será explorado daqui para a frente, garante o diretor.

Para ele, a orientação da emissora sempre foi muito clara em respeito ao sexo.

Na semana passada, no entanto, a produção se viu obrigada a mostrar Jéferson e Tarciana na cama. "A casa inteira só falava disso. Eles passaram dois dias falando disso, e ele [Jéferson] contava para um e um outro contava para outro... a gente não tinha como escapar daquilo. Graças a Deus parou", desabafa o diretor, que concedeu entrevista à Folha Online.

Mais cenas de sexo aconteceram entre os participantes, entre Thyrso e Manoela, por exemplo, mas a produção decidiu não exibi-las na TV aberta.

Boninho disse se preocupar com as cenas que vão ao ar porque o "Big Brother" atinge todo tipo de público, inclusive crianças.

Leia, a seguir, trechos da entrevista:

Folha Online - Você tem idéia de quem é o público do "Big Brother Brasil 2"?

J.B. de Oliveira -
Para ter a audiência que a gente tem, é preciso pensar em todo mundo. Não se consegue ter uma grande audiência se não pensar em atingir o público de A a Z, de crianças a mais velhos. A gente trabalha com todas as classes, tem de falar com todo mundo, e a gente sabe disso.

A prova do líder da semana passada foi a história de "Chapeuzinho Vermelho", para agradar as crianças. No Dia dos Namorados, tivemos uma festa sobre o tema. Se você direcionar para jovens, vai conseguir só a audiência deles. Nós sabemos que temos um espectro muito grande de público.

Folha Online - Vocês exibiram a cena de sexo entre o Jéferson e a Tarciana. Você acha que ele foi eliminado por isso? Como isso repercutiu na emissora?

Boninho -
A TV Globo não vai explorar isso na televisão aberta porque não é só isso que tem no programa, e isso não rege o "Big Brother". O que rege é a disputa pelo prêmio. Eventualmente, se pudesse mudar ou não na permanência do Jéferson na casa, aí, sim, como foi exibido. Não dá para avaliar se foi por isso, mas a gente não poderia deixar de passar da forma como aconteceu. Se fosse de uma forma mais interna... mas foi muito explícito. A casa inteira falava disso. Eles passaram dois dias falando disso, e ele [Jéferson] contava para um e um outro contava para outro... a gente não tinha como escapar daquilo. Graças a Deus parou. A gente tentou evitar pegar muito pesado. Mas no programa de terça-feira [dia 11], por exemplo, a gente não precisava mais falar disso e a gente ignorou aquela outra cena da madrugada, que era dez vezes mais pesada: os dois num ambiente sozinhos.

A gente vai procurar escapar sempre disso aí, exatamente por causa do horário, de ter crianças como espectadores. Até porque é muito perigoso. Ali a gente foi no limite até perigoso demais, a gente corre muito o risco de pegar pesado. O objetivo da gente é tentar dar a volta por cima disso e, na TV aberta, tentar escapar disso o máximo que puder. A gente torce para que isso não aconteça mais, senão, daqui a pouco, a gente vai acabar censurado: "só depois da meia-noite, tirem as crianças da sala".

Folha Online - Como é trabalhar quase em tempo real, captando imagens do dia e já as levando para o ar?

Boninho -
A gente tem equipamento para isso, com uma estrutura montada, que adquirimos com o primeiro "Big Brother", e ele é desenhado quase para que a gente possa operar em tempo real. Na primeira edição, teve um comentário durante um programa ao vivo e a gente recuperou ele e colocou no ar no mesmo dia. A gente tem uma agilidade muito grande para trabalhar com o material. A gente digitaliza as 24 horas e tem isso on-line. A gente digitaliza em baixa resolução e o material que a gente usa vai para alta resolução. O desenho do programa é muito rápido graças à tecnologia da Endemol [empresa holandesa detentora dos direitos do programa]. A gente enlouqueceu nas primeiras semanas, mas agora a gente já aprendeu. A tecnologia ajuda muito.

Folha Online - Como acompanhar 24 horas o que acontece na casa?

Boninho -
Dormir pouco (risos). São 80 pessoas se revezando. A gente roda dentro do caminhão três vezes, é pessoal de engenharia... são 12 diretores. Tem os loggers [profissionais que legendam e separam o material gravado para auxiliar na hora da edição], que fazem turnos de oito horas. É um processo complexo de trabalho, mas que garante que a gente não perca nada.

Folha Online - Como você analisa este comportamento de voyeurismo do público que se interessa pelo programa?

Boninho -
Acho que é o voyeurismo mesmo que dá audiência ao programa, é o olhar por cima do muro. Se você tiver um muro interessante do outro lado, ao menos a pessoa vai querer dar uma olhadinha. É natural do ser humano, mas não é só o voyeurismo. É a curiosidade de saber como um grupo de pessoas vai se comportar para jogar um jogo.

Games e gincanas são coisas que funcionavam anos atrás. Funcionaram durante muitos anos e é como futebol, que gera torcida. O "Big Brother" é uma forma de maquiar um jogo, que é o conceito. Você quer saber como o cara vai fazer para chegar lá. A diferença para jogos que têm algumas regras definidas é justamente esta: como sobreviver ali. Nada mais é que um grande jogo. É mais um produto dentro da grade de programação da emissora.

Folha Online - Qual é o futuro pós-"Big Brother"?

Boninho -
A gente já tem algumas encomendas de produtos que estamos desenvolvendo. Aí depende da Globo, mas provavelmente o domingo tenha um horário para "reality shows". Depois do "BBB 2" entra um novo projeto, que já está quase pronto. Na grade da programação da Globo ainda tem um "No Limite 4", ninguém diz que não, ninguém diz que sim. Há outros projetos sendo estudados. A tendência é provavelmente que a gente tenha mais um "BBB", o terceiro, mas a gente ainda tem seis meses para exibi-lo.

Acho que este formato é mais um formato de televisão que, se for bem feito, veio para ficar. O terceiro "Big Brother" americano já está aí. É mais um formato que agrada o público e dá uma audiência significativa porque causa um impacto momentâneo. O "reality" dos "Osbournes" foi um sucesso. Você pode brincar com isso. Claro que neste caso não tem a ver com nossa realidade, não foi tão sucesso no Brasil. Evidentemente, se pegarmos nossa Rita Lee, pode virar. Este formato, se bem aplicado, funciona. Quando ele é chato, o espectador esquece e não tem conversa: é ame ou odeie, ou ainda odeie gostando por curiosidade, e por isso assiste. Tem muita gente que odeia, mas assiste; tem gente que não assiste, mas sabe o que se passa no programa.

  Veja em imagens os corredores do "Big Brother"

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