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20/06/2002 - 12h01

Marisa Monte faz samba com a Portela

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PEDRO IVO DUBRA
da Folha de S.Paulo

Reconhecida como um todo, a Velha Guarda da Portela também tem bom desempenho no que diz respeito às suas partes. Hoje, duas das peças fundamentais do conjunto, Argemiro Patrocínio, 79, e seu Jair do Cavaquinho, 80 ou 82 (tem duas certidões, sacadas de acordo com a situação), fazem show em São Paulo. Marisa Monte, 34, está entre os convidados.

À cantora carioca, que canta duas músicas com cada sambista ("Dizem que o Amor" e "A Chuva Cai", com Argemiro, e "Eu te Quero" e "Volta, Meu Amor", com Jair), somam-se as presenças de Pedro Amorim, do grupo Semente, de Teresa Cristina e das Pastoras da Portela.

É a formação que se apresentou na temporada no Rio de Janeiro -oito shows no total-, realizada no teatro Clara Nunes no final de maio e começo de junho.

Sem algumas das canjas que, infelizmente, não puderam se deslocar do Rio até aqui. As apresentações paulistanas integram a série "Lançamentos", do Sesc Vila Mariana.

"Eles são lindos, maravilhosos. O público fica emocionadíssimo, as pessoas choram, voltam, trazem mais pessoas", desmancha-se Marisa Monte sobre a dupla.

"Seu Jair dança, parece um Fred Astaire. Eles são muito presentes, verdadeiros, não têm dissimulação. Eles falam o que estão pensando na hora." "O Argemiro tem umas tiradas incríveis. O público ri e se emociona. As meninas gritam: "Lindo!".

Seu Argemiro responde: "Mentirosas!'", volta a se desfazer em elogios aos performáticos portelenses.

Além das faixas dos atuais trabalhos, outros sucessos dos artistas serão apresentados no palco do Sesc Vila Mariana. É o caso, por exemplo, de "Eu e as Flores" e "Vou Partir", parcerias de Jair com seu amigo, vizinho e aparentado por apelido Nelson Cavaquinho (1910-1986).

Os dois sambistas, que dividem o palco, também repartem um pacote de CDs com seus trabalhos individuais, os primeiros gravados em suas longas vidas. São sons distintos. Uma das razões da escolha de amarrá-los se deu para que não se priorizasse nas lojas um em detrimento do outro.

Segundo Marisa Monte, os álbuns devem ter comercialização separada a partir de agosto. Não se contou ainda o número de discos vendidos. Mas a demanda pela caixa (R$ 48, sugestão da gravadora) não deve ser das menores.

O de Argemiro foi produzido pelo selo da cantora, o Phonomotor, contando com participação da própria, Moreno Veloso, Teresa Cristina, Marcelo D2 e Jaques Morelembaum. Com gravação independente, a cargo de Pedro Amorim, o disco de seu Jair do Cavaquinho foi comprado a posteriori e teve depois projeto gráfico afinado com o de Patrocínio.

A parceria de Marisa Monte com a Velha Guarda da Portela -não com a escola de Oswaldo Cruz, com a qual não tem vínculos- se principia no início dos anos 90, quando grava "Ensaboa, Mulata" com pastoras da agremiação. Depois, prolonga-se por canjas mútuas e algumas participações até culminar no elogiado "Tudo Azul", lançado em 2000.

A história de amor pela Portela, de quem seu pai foi diretor, entretanto, vem dos tempos de criança.

ARGEMIRO PATROCÍNIO E SEU JAIR DO CAVAQUINHO: show com participações de Marisa Monte, Pedro Amorim, grupo Semente, Teresa Cristina e as Pastoras da Portela
Onde: Sesc Vila Mariana - teatro (r. Pelotas, 141, Vila Mariana, SP, tel. 0/xx/11/5080-3000)
Quando: de hoje a sáb., às 21h, e dom., às 18h; únicas apresentações
Quanto: de R$ 10 a R$ 30

 

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