28/06/2002 - 13h24

Melhor que o primeiro, "O Ataque dos Clones" é presente para fãs

ANA LUCIA BUSCH
Diretora-executiva da Folha Online
CAIO VILELA
especial para a Folha Online

Cenários que lembram "Blade Runner", cenas de ação que se encaixariam em um filme de "007" moderno e seqüências de luta ambientadas em uma arena, no mais perfeito estilo de "Gladiador". Mais que uma explosão de tecnologia e virtuosismo cinematográfico, "Guerra nas Estrelas - Episódio 2 - O Ataque dos Clones", é um presente para fãs. O filme estréia nesta segunda-feira, dia 1º de julho, com 450 cópias nos cinemas brasileiros.

No filme, as fábulas descritas na primeira trilogia começam a se desenrolar. Bem diferente de "A Ameaça Fantasma", em que a história, de certa forma alheia ao universo dos três primeiros filmes, e a falta de expressão dos personagens acabaram se transformando em uma espécie de anti-clímax.

Em "O Ataque dos Clones", começam a se tornar evidentes os conflitos que atormentam o guerreiro jedi Anakin Skywalker (vivido pelo ator canadense Hayden Christensen) e que -não é segredo para ninguém- vão acabar por transformá-lo em um dos mais fantásticos vilões do cinema, Darth Vader.

O filme deixa claro que muitos desses conflitos têm origem nas restrições e nas leis rígidas impostas pela ordem jedi.

Outro lado desse universo surge com toda força em batalhas iluminadas pelos sabres de néon, com destaque para a atuação do mestre Yoda, em sua melhor forma.

Difícil de saber se por opção própria ou pelo excesso de críticas dos fãs, o diretor George Lucas reduziu drasticamente a participação do chatíssimo Jar Jar Binks, que agora não passa de um mero figurante, sem qualquer brilho.

Também introduz referências claras ao modo de vida americano, inéditas na mitologia jedi. Quem poderia imaginar seres interestelares comendo em um self service?

Mas tudo isso serve apenas para criar um clima detetivesco e ambientar a ação de Obi-Wan Kenobi (personagem de Ewan McGregor), envolvido em uma investigação de tentativa de assassinato.

A verdade é que, com tudo isso, "O Ataque dos Clones" agrada mais os fãs que seu antecessor. Mais recheado de cenas de ação que qualquer outro capítulo da saga, esta sequência traz ainda uma história de amor proibido, ciúme e traição.

E tem também um vilão que, apesar de incapaz de fazer frente a Darth Vader, daria vergonha a Darth Maul, o guerreiro sem qualquer carisma apresentado e derrotado sem resistência no Episódio 1.

O filme também traz de volta a saga de três heróis em perigo -a rainha Amidala (Natalie Portman), Obi Wan Kenobi e o jovem Anakin Skywalker- repetindo o triunvirato inaugurado por Luke Skywalker, a princesa Leia e Han Solo.

Os detratores vão dizer que a produção em vídeo digital perdeu a magia do cinema; que Lucas se tornou burocrático e obsessivo na busca pela forma perfeita; e que trata-se de filme que agrada apenas os fãs.

Que disso que não reste dúvida. "Guerra nas Estrelas - Episódio 2 - O Ataque dos Clones" cai como uma luva para a legião de seguidores da fantasia criada pelo diretor.

Mas uma coisa é certa: quem for ao cinema vai ter garantidas duas horas da mais pura diversão.