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01/07/2002 - 09h59

Lobão ameaça processar presidente da Abril Music

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PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Folha de S.Paulo

Afirmações do presidente da Abril Music e membro do conselho da Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD) Marcos Maynard à Folha, na sexta-feira, abriram um tiroteio na indústria fonográfica.

Se artistas como Rita Lee e Gilberto Gil insinuam formar dissidência contra a liderança de Lobão no lobby pela lei que prevê a numeração de CDs, aprovada semana passada no Senado, o músico diz que vai processar Maynard pelas críticas que dirigiu a ele.

"Esse senhor disse que sou destrutivo, raivoso, gladiador e Dom Quixote. Ele vai ter que se retratar, ou vai ser processado por injúria e difamação. Me sinto até lisonjeado por ser chamado de "esse menino", aos 44 anos, mas tem que ficar claro que as gravadoras tratam os artistas de forma viciosa, como se fôssemos imbecis".

Quanto às críticas que o texto do projeto vem sofrendo por parte da indústria, que alega a inviabilidade da numeração e assinatura do autor cópia por cópia, Lobão responde, admitindo que há pontos obscuros.

"Queremos esclarecer que não somos malucos, sabemos o que fazemos. O texto tem imperfeições, mas não podemos interferir nele agora, ou terá que voltar para a Câmara. Ele deve ser sancionado como está para ser reescrito quando a lei for regulamentada".

O tiroteio respingou também na TV, via Gugu Liberato, que em seu programa "Domingo Legal" (SBT) entregou disco de platina duplo a Supla, por supostas 500 mil cópias vendidas do CD "O Charada Brasileiro".

Maynard admitiu que o disco não vendeu 600 mil cópias, como se alardeava, porque metade encalhou nas lojas e foi devolvida à gravadora Abril. Há duas semanas, a ABPD havia admitido, ineditamente, que a confusão entre número de CDs fabricados e vendidos aos lojistas e quantidade vendida ao consumidor final é comum na indústria fonográfica.

"Quem entregou disco falso de platina dupla a Supla foi a gravadora, não nós. A culpa não é nossa, é toda deles. Entregamos discos de ouro e platina aceitando a palavra das gravadoras", atira o diretor do programa de Gugu, Roberto Manzoni, que diz que agora o programa só entregará esses prêmios mediante certificado de vendagem emitido pela ABPD.

"Todas as vendas, no Brasil e no mundo, são passíveis de devolução", defende-se Maynard. "Nem Gugu nem a Abril Music entregaram disco de platina duplo falso. O mercado comprou e meses depois devolveu. Não existe má-fé de nenhuma das partes."

Supla, o artista envolvido, reage à notícia com respostas-perguntas: "Quando me entregaram o disco duplo de platina, achei legal para caramba. Como eu poderia controlar quanto vendi? Pela numeração dos CDs? O que faço agora, devolvo o disco duplo de platina? Vou devolver aonde, para quem?".
 

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