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11/07/2002 - 02h40

Antonio Nóbrega refaz trajetória em disco, palco e mostra

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VALMIR SANTOS
da Folha de S.Paulo

Em "Na Pancada do Ganzá" (96), CD e espetáculo que lhe recolocou nos trilhos musicais da carreira, Antonio Nóbrega dizia celebrar um Brasil com o qual continuava sonhando.

"Lunático Perpétuo", quinto projeto consecutivo em disco e palco, com lançamento e temporada a partir de hoje, no Sesc Pompéia, em São Paulo, persevera naquela motivação.

"Tenho me aproximado cada vez mais daquilo que é o coração da minha arte: a expressão do músico, do cantor, instrumentista, dançarino, ator", afirma Nóbrega, 50.

O artista pernambucano faz em "Lunático Perpétuo" um apanhado estético e filosófico da sua trajetória. O que o move, diz, é "a procura por uma certa paisagem sonora" fincada, por exemplo, na maneira dos cantadores e aboiadores nordestinos.

Romanceiro, música instrumental (rabeca e violino) e cancioneiro compõem a base. Tudo está envolto pelo conceito do almanaque de mesmo nome, "livrinho muito lido pelos nordestinos nesses dois últimos séculos", fonte para as cantorias e alvo do folclorista Câmara Cascudo.

A publicação acopla fases da lua ao ciclo da agricultura. Suas páginas são recheadas por estudos medicinais. Mas o que afina Nóbrega com a miscelânea são os textos dedicados aos assuntos de mitologia.

Entre as 15 faixas, consta "Ponteio Acutilado", primeira música da lavra de Nóbrega para o Quinteto Armorial, nos anos 70. "Abro o espetáculo com este tema, inspirado em um toque que escutei da Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto [do Crato, CE]."

Reverências são estendidas a Ariano Suassuna, com trechos de romances ou poemas musicados; a João Guimarães Rosa, saudado por meio dos personagens Riobaldo e Diadorim; e a Pixinguinha, com o clássico "Pagão".
Para Nóbrega, o choro e a capoeira constituem "tesouros" seminais da cultura popular brasileira de todo o sempre.

As raízes estão ainda na participação especial no espetáculo da cantadeira potiguar Dona Militana (na primeira semana) e do rabequeiro cearense José Cego (na segunda).

Realização do Sesc com o Instituto Brincante, o evento inclui exposições e palestras.

"Lunário Perpétuo" reafirma parcerias dos últimos anos: da artista gráfica Moema Cavalcanti aos músicos Zezinho Pitoco e Edmilson Capeluppi, passando pelos compositores Wilson Freire e Bráulio Tavares, que brinca ser "psicógrafo das idéias" de Nóbrega, sempre acompanhado da mulher Rosane e dos filhos Gabriel e Maria Eugênia, também artistas.

LUNÁRIO PERPÉTUO - Lançamento do CD e espetáculo, com Antonio Nóbrega e banda. Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, tel. 0/xx/11/3871-7700). Quando: estréia hoje, às 21h; qui. a sáb., às 21h; dom., às 18h. Quanto: R$ 20. Até 21/7. Exposição de figurinos e cenários de Evelyne Borges: ter. a sáb., das 9h às 20h; dom., das 9h às 17h. Aula-espetáculo com Ariano Suassuna: dia 12/7, às 18h, R$ 5. Palestras: "O Movimento Armorial", com a pesquisadora Idelette Muzart (dia 13/7, às 18h, R$ 5); "A Rabeca e o Violino", com o lutiê Saulo Dantas-Barreto (dia 20/7, às 18h, R$ 5). Patrocinador: Philips
 

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