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17/07/2002 - 04h22

Festival de Reading, na Inglaterra, traz à tona bê-á-bá do pop

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CLAUDIA ASSEF
da Folha de S.Paulo

Se você gosta de rock, você já... 1) deve estar careca de ouvir Strokes, White Stripes e Black Rebel Motorcycle Club; 2) pelo menos ouviu falar em The Vines e Yeah Yeah Yeahs e; 3) certamente conhece, pelo menos de nome, Cooper Temple Clause, Libertines e Anti Pop Consortium.

Para quem babou só de pensar em ver alguma dessas bandas ao vivo, o festival de Reading deste ano está de partir o coração.

Além de nomes da novíssima leva roqueira dos EUA e da Inglaterra, o Reading, de longe o festival pop mais importante do mundo, tem Prodigy, Pulp, Breeders, Foo Fighters, Weezer, Jane's Addiction, Jon Spencer Blues Explosion, Cornershop, Spiritualized etc. etc. Vale ou não uma ida (ainda que suada e parcelada até o fim dos seus dias) à Inglaterra? Fuçando, dá para achar uma passagem SP-Londres-SP por menos de US$ 700 (cerca de R$ 2.000).

O festival acontece de 23 a 25 de agosto em Reading, cidade localizada a 30 minutos _viajando de trem rápido_ de Londres. Se você resolveu ir, é melhor correr. Restam poucos ingressos _à venda pela agência do próprio Reading, tel. 00/xx/44/208/963-0940. Só há disponíveis ingressos avulsos (os passaportes de três dias acabaram), mais caros _39 libras, algo em torno de R$ 150.

Se vale a pena? Nos três dias de festival, Reading é o melhor lugar do mundo. Já nos outros 362... é uma porcaria. A constatação é de Kieran Mahon, 22, tecladista do Cooper Temple Clause e profundo conhecedor da cidade.

A banda chamou a atenção da mídia com "See This Through and Leave", lançado em fevereiro deste ano, e levou de cara comparações com o Primal Scream.

Tocar em Reading para eles vai ter um gostinho especial. Formado na cidade, o sexteto foi por vezes esnobado por botecos locais.

Leia, a seguir, a entrevista, feita por telefone, com o músico.

Folha - Existe uma cena musical em Reading?
Kieran Mahon
- Não! E isso é uma contradição e tanto. Você tem esse festivalzão na cidade e ao mesmo tempo não tem muitas bandas locais. Reading é o melhor lugar do mundo durante três dias. No resto do tempo, é talvez o pior lugar para viver, especialmente quando você é jovem. É muito chato, não tem lugares para sair à noite. Os poucos bares que existem tocam música comercial, mainstream. Quando você tem 16, 17 anos e tem um visual meio diferente, você sofre muito numa cidade como Reading. Eu e meus amigos já fomos muito mal tratados porque somos cabeludos, não fazemos a barba, essas coisas.

Folha - Então, tocar em Reading vai ter um gostinho especial, não?
Mahon
- Claro que vai! Vão ser nossos 45 minutos de doce vingança contra a cidade [risos". Mas, sério, vai ser muito importante para nós, afinal somos de Reading e frequentamos o festival desde nossos 14 anos de idade. Já vimos shows absurdos ali... Então, estar num palco que já é nosso velho conhecido vai ser demais. Ainda estamos passados, é uma coisa bem surreal.

Folha - Vocês são frequentemente comparados ao Primal Scream. É a maior inspiração mesmo?
Mahon
- Ficamos muito felizes com essa comparação. Gostamos muitos dessas bandas de guitarra da Inglaterra dos anos 90. E sempre ouvimos muita música eletrônica também, que é um elemento muito importante no nosso som. Muita gente diz que o Ben [Gautrey, vocalista] soa como o Liam Gallagher [Oasis], e achamos isso positivo, porque o Oasis também foi de certa forma uma influência muito forte enquanto crescíamos. Ah, e não podemos esquecer de referências como Radiohead, Blur, essas coisas básicas.

Folha - Vocês tocam juntos há quanto tempo?
Mahon
- Estudamos juntos numa escola no subúrbio de Reading. Nós nos conhecemos há uns sete ou oito anos. Desde o começo tínhamos um plano de longo prazo de ter uma banda sólida. Nesse meio tempo, fomos viajar, estudar, alguns tiveram empregos paralelos. Mas, no fundo, sabíamos que nosso destino era virar estrela de uma banda de rock [risos].
 

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