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26/07/2002 - 12h01

"Vitória é uma pergunta a críticos", afirma Paulo Coelho

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RAFAEL CARIELLO
da Folha de S. Paulo, no Rio

Rodeado por um grupo de acadêmicos que foram saudá-lo pela vitória em sua casa em Copacabana, Paulo Coelho definiu a entrada para a ABL (Academia Brasileira de Letras) não como uma resposta, mas como uma "pergunta" aos críticos que o tacharam de mau escritor. "[Minha vitória] não é uma resposta aos críticos. É uma pergunta [que os críticos devem responder."

O escritor foi eleito ontem, com 22 votos a 15 [dados a Hélio Jaguaribe], como o titular da cadeira 21 da ABL.

Coelho recebeu a notícia de que havia sido escolhido para ocupar a cadeira 21 da ABL às 16h40, por telefone, e comemorou à janela de seu apartamento abraçando a mulher, acenando para os jornalistas e convidando-os a subir. Antes, havia mandado servir caviar e salmão para os repórteres que aguardavam no calçadão.

"Viva São Tiago de Compostela", gritou ao abrir o champanhe. Depois brindou com a mulher, Cristina Oiticica, 50: "Deus nos abençoe". Ontem foi dia de São Tiago. Coelho afirmou que tomará posse na ABL em 28 de outubro, dia de são Judas Tadeu, padroeiro das causas impossíveis.

Ainda um pouco tenso pela espera -"os 40 minutos [entre o início da votação e o anúncio da vitória" não passavam nunca"-e com voz rouca, comparou sua escolha à vitória da seleção brasileira na Copa, que, segundo ele, "também teve muitas críticas".

Diante da estante de sua sala, repleta de edições de toda parte do mundo de seus livros, disse que compartilhava a escolha com seus leitores e elogiou o adversário na disputa pela "imortalidade", o cientista político Hélio Jaguaribe.

"Ganhei de um concorrente muito leal e que me honra muito."
O primeiro acadêmico a chegar à casa de Coelho foi o ex-presidente da ABL Tarcísio Padilha. Diante da porta, Padilha fez um breve discurso: "A vitória de Paulo Coelho sinaliza para uma literatura nova. [A ABL" não é uma casa de escritores aposentados".

Após receber novos colegas, como Arnaldo Niskier, Antônio Olinto, Ivo Pitanguy e Nélida Piñon, Coelho abraçou a sogra, Paula Oiticica, e chorou. Em voz alta, repetia: "É minha sogra, é minha sogra". O escritor Antônio Olinto, 83, disse que o fato de Coelho "vender muito" é sinal de que está "ligado à sua época" e citou o escritor francês André Malraux: "O século 21 ou será místico ou não será nada".

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