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31/07/2002 - 03h37

"Achei que seria impossível", afirma pianista

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IRINEU FRANCO PERPETUO
da Folha de S.Paulo

"Ih, hoje eu não estou muito inspirado!" Já se tornou um clichê de Nelson Freire começar entrevistas por telefone com essa frase. Mineiramente alheio a tudo o que é porosidade e comunicação, o pianista bem que se esforça para ajudar o repórter, mas não consegue esconder a timidez no contato com a imprensa.

Que dizer, então, de abrir a intimidade para as câmeras e virar tema de documentário? "É, eu achei que ia ser impossível", conta, sem poupar elogios ao diretor João Moreira Salles, que chama de pessoa "adorável". "Ele conseguiu me captar do jeito que eu sou."

A idéia do filme partiu do cineasta. "Eles me filmaram em vários lugares, aqui no Brasil, na Rússia, na França....", diz Freire. "Fui filmado com a Martha [Argerich, pianista argentina, sua mais regular parceira musical e amiga íntima] na casa dela, estudando, conversando... Tem coisas da minha infância também, e um capítulo dedicado a Guiomar [Novaes, pianista paulista, uma das principais influências do artista]. Está muito bonito."

O documentário chega às telas no momento de um "segundo estouro" na carreira internacional do artista. "Isso acontece assim, de repente", afirma. "Você sempre esteve lá, mas, de repente, te descobrem."

Chopin
Já a carreira fonográfica ganhou novo impulso a partir de 99, quando a Philips decidiu que ele seria o único brasileiro a integrar "Great Pianists of the 20th Century", megacoleção que pretendia ser a síntese dos maiores artistas do teclado do século 20.

A surpresa foi ser contratado pela Decca em uma época de crise da indústria fonográfica. "Também fiquei de queixo caído", conta. "Justamente nesse momento, em que está todo mundo cortando... Acho que tive muita sorte."

Inteiramente dedicado a Chopin, o novo disco, gravado em janeiro, traz os "Estudos op. 25", que o pianista jamais havia tocado na íntegra, e a "Sonata op. 58", da qual ele já havia feito uma gravação, nos anos 60, para a CBS. Diante da cálida acolhida da crítica internacional, Freire planeja um segundo disco para o final do ano, embora prefira não adiantar seu repertório.

O pianista dá recital fechado na Sala São Paulo, em 23 de agosto, para comemorar os 30 anos do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice. Em 2 e 4 de setembro, com venda de ingressos, toca o "Concerto nº 4", de Beethoven, no mesmo local, acompanhado pela Sinfônica de Heidelberg, sob a batuta de Thomas Fey.

NELSON FREIRE - CHOPIN. Artista: Nelson Freire. Lançamento: Decca/ Universal. Quanto: R$ 27, em média.

ORQUESTRA SINFÔNICA DE HEIDELBERG E NELSON FREIRE. Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/nº), dias 2 e 4 de setembro. Quanto: de R$ 80 a R$ 240. Onde comprar: Mozarteum (tel. 0/xx/11/3815-6377).

 

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