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04/08/2002 - 05h04

"Dou risada das críticas", diz vice-presidente da Rede TV!

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RODRIGO RAINHO
da Folha de S.Paulo

Criada após a falência da TV Manchete, em 1999, a Rede TV! vem conseguindo seus maiores índices de audiência com programas polêmicos como os apresentados por João Kléber. Em entrevista ao TV Folha, Marcelo Carvalho, vice-presidente da emissora, diz que ri das críticas, nega o uso indevido de imagens de outros canais e revela as principais mudanças na programação até o final deste ano.


Folha - O jornalismo popular tende a ocupar mais espaço na programação da emissora?
Marcelo Carvalho -
Sem dúvida. Tomamos como exemplo a CNN, uma rede de TV fechada, mas extraordinária em jornalismo. O sucesso dela se deve aos elementos de show da cobertura. O "Repórter Cidadão", com Marcelo Rezende, atinge segundo lugar de audiência e é um show de imagens. Não é aquele jornalismo quadrado, com uma pessoa sentada passando notícias.

Folha - Como vão ficar as manhãs?
Marcelo Carvalho -
Das 9h30 ao meio-dia, haverá um novo programa feminino, fora dos moldes do "A Casa É Sua". Será um programa de quadros, como o antigo "TV Mulher", da Globo. A emissora vê com bons olhos um jornalístico com apresentação de Janaína Barbosa, das 12h às 13h, parecido com o "SPTV", muito focado no dia-a-dia. Será ancorado por um casal -um jornalista, que já estamos procurando no mercado, e uma mulher para quebrar a rigidez clássica. A Janaína [Barbosa, do "TV Fama]" tem um bom perfil.

Folha - A Rede TV! vai manter a linha do popularesco? A apelação vai continuar?
Marcelo Carvalho -
Estamos cabeça a cabeça com a Record na disputa pelo terceiro lugar. Vislumbramos que estamos numa curva ascendente, e eles, estagnados ou na descendente. Ultrapassamos a Band graças a dois elementos: agressividade e erros da concorrência. Não temos orientação para o popularesco, mas a Rede TV! não tem a mínima vergonha de ser popular. TV aberta deve ser popular. Sem audiência, a TV quebra. Sempre vamos ter quadros engraçados, que você chama de apelativos, grandes besteiróis como o "Teste de Fidelidade". Mas temos mais público nas classes A, B e C. Isso é a chave do cofre, o perfil ideal para os produtos dos anunciantes.

Folha - Como conciliar o popular com conteúdo educativo e cultural?
Marcelo Carvalho -
Temos que contrabalançar aspectos populares e jornalismo de primeira linha, crível e inquestionável. Ao contrário do SBT, optamos por dar força ao jornalismo. Procuramos misturar atualidade com assuntos ecléticos e populares em programas populares.

Folha - E documentários, especiais, biografias?
Marcelo Carvalho -
O "Rede TV! Repórter" será um espaço aberto a documentários com apelo popular. Mostrar golfinhos do Pólo Norte não dá, jamais.

Folha - Como você encara as críticas aos programas do João Kléber?
Marcelo Carvalho -
Dor-de-cotovelo de quem é incompetente para conseguir mais audiência. Dou risada. As críticas vêm do espanto com o crescimento da Rede TV! em tão pouco tempo. Não há classes D e E assistindo programas dele. Isso desmente qualquer crítica ao popular. Os intervalos estão lotados de anunciantes.

Folha - O uso das imagens de outras emissoras não fere a legislação?
Marcelo Carvalho -
A Rede TV! tem o dever de crescer. Diretores têm a orientação de ousarem, furarem, serem penetras e fecharem acordos para cobrir eventos das outras emissoras. Não temos vergonha de mostrar o que os outros fazem. Pessoas querem ver as vidas dos famosos. Excelentes exemplos de sucesso nesse nicho são as revistas "Caras" e "Quem".

Folha - Então o sr. reconhece que a Rede TV! está burlando os direitos de imagem das concorrentes?
Marcelo Carvalho -
De jeito nenhum. Não estamos burlando, estamos furando. Nossos programas não reproduzem imagens sem autorização. Nas reportagens, nossos profissionais ficam nas portas das festas e das gravações para pegar os artistas. E aí furam mesmo, com nossas imagens. Quando conseguem, são premiados. Incentivamos a agressividade e a guerrilha.

Folha - Após o término dos novos estúdios da Rede TV!, quais são os planos?
Marcelo Carvalho -
Terminamos Alphaville 1, que hoje comporta cinco estúdios e 100% dos programas produzidos. Alphaville 2 compreende 15 mil metros quadrados de construção, que termina em seis meses, investimento de US$ 12 milhões na primeira fase das obras e US$ 3 milhões na segunda fase. Vai comportar um grande teatro, para mil pessoas. Não é interesse da Rede TV! fazer novela longa. Na faixa de "Betty, a Feia", terceiro lugar de audiência, vamos colocar produções colombianas, mexicanas, americanas ou até brasileiras. Também vamos fazer "game shows". Daqui a poucos meses, estaremos na frente da Record de segunda a sexta. A partir daí, tomaremos pelas beiradas o lugar do SBT.



 

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