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06/08/2002 - 08h52

Imagem de vilão não deve atrapalhar carreira, diz Fabrício, do "BBB 2"

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da Folha Online

O gaúcho Fabrício Amaral, 25, foi, sem dúvida, o participante do "Big Brother 2" cuja imagem ficou mais abalada pelas imagens exibidas no programa.

Ao longo da atração, ele foi mostrado como traidor e cafajeste, e sua sexualidade foi colocada em xeque não apenas por Tina, uma das colegas de programa, mas também pela edição de imagens em diversos episódios.

Fabrício disse que tirou de letra as duas primeiras imagens e que chegou até a achar engraçado o personagem que criaram para ele por causa do quase envolvimento que teve com a estudante Manuela, namorada do chef Thyrso, na casa. No entanto, quando o assunto passou a ser sua sexualidade, o gaúcho disse que demorou alguns dias para superar.

Hoje ele diz que "essa imagem já está reduzida a pó. Eu sei muito bem o homem que eu sou e a vida que eu estou levando nesses 25 anos".

Modelo, comissário de bordo e performer, Fabrício diz estar encarando a recente notoriedade sem deslumbramento e já tem planos para ganhar dinheiro com as oportunidades que o programa lhe oferecer. "Acho que a gente tem que ver esse momento com pés no chão e muita humildade para não tomar atitudes precipitadas."

De mudança para o Rio de Janeiro, onde pretende dividir apartamento com a amiga Tarciana, Fabrício diz que trabalho não tem faltado. Desfiles, participação em eventos e o lançamento de uma linha de óculos com o seu nome estão nos planos do rapaz.

Mas as coisas não param por aí. Fabrício contratou uma assessoria de imprensa que está estudando suas potencialidades para ver no quê ele deverá investir para não se tornar mais um dos "esquecidos" dos "reality shows", o que tem sido comum entre ex-participantes deste tipo de programa.

Leia a seguir trechos da entrevista:

Folha Online - Quais foram suas impressões do programa depois que você saiu?

Fabrício Amaral -
Primeiro a gente tem que agradecer a oportunidade de ter participado desse programa. Eu tentei ser o mais verdadeiro e passar uma mensagem boa para as pessoas que estão aqui fora. Tentei passar o Fabrício na vida real, como ele é. As pessoas que me conhecem souberam que eu fui autêntico.

Folha Online - Mas o que você achou do programa como espectador?

Fabrício -
Eu fiquei chateado de ver como eles usaram a minha imagem e a de algumas pessoas dentro da casa. Só a gente estando lá dentro para saber como as coisas se desenrolaram e aconteceram, como a gente foi mal-interpretado e como a edição, de uma maneira ou de outra, passou uma coisa fictícia do que acontecia lá dentro.

Folha Online - O que exatamente lhe chateou? Que imagem passaram de você que não lhe agradou?

Fabrício -
O que me chateou de cara, por ter mexido com o meu ego masculino, foi o fato de terem duvidado da minha sexualidade. Isso eu não gostei mesmo e demorei uns dois ou três dias para deglutir isso na minha cabeça. Depois levantei a cabeça. Eu mostrei meu lado extrovertido e algumas pessoas interpretaram de uma maneira diferente, mas elas vão acabar me conhecendo aqui fora.

Folha Online - O programa tornou você uma pessoa famosa. Como você pretende capitalizar isso?

Fabrício -
Iniciei curso de teatro no Rio de Janeiro e já estou com alguns eventos de desfile fechados. Eu já modelava antes, estou dando continuidade a isso e tenho vários projetos em andamento.

Folha Online - Mas você quer se preparar para fazer outras coisas fora o trabalho como modelo?

Fabrício -
Estou com apoio total de imprensa e de tudo o que a gente precisa neste início de carreira, em que a gente está com todas as portas abertas.

Folha Online - Esta orientação que você está recebendo é para buscar oportunidades no quê?

Fabrício -
Televisão, novela, cinema, teatro, o que eu ver (sic) que seja rentável para mim, para colher frutos no futuro... eu estou investindo. Eu estou entrando de cabeça e aproveitando o máximo esta oportunidade que eu nunca pensei que pudesse acontecer comigo. É o que todos nós 12 temos que fazer: aproveitar o momento para tentar dar uma direcionada naquilo que a gente acredita que tenha potencial.

Folha Online - E a imagem que o programa criou sobre você não vai atrapalhar?

Fabrício -
Essa imagem já está reduzida a pó. Até por causa da ajuda da Globo, as pessoas acabam conversando comigo e me conhecendo melhor. Eu sei muito bem o homem que eu sou e a vida que eu estou levando nesses 25 anos. Nem que eu quisesse ser gay eu conseguiria, porque eu gosto de mulher mesmo. Eu estou levando isso com muito senso de humor. Estou tendo um retorno positivo do público.

Folha Online - Tem sido comum os homens bonitos dos "reality shows" receberem convite para posar nus em revistas voltadas para o público gay. Você já recebeu algum convite deste tipo?

Fabrício -
Já foi feito. A "G Magazine" está me procurando direto. A gente está para conversar. Só que neste momento da minha vida, posar nu está em último plano. Tem que ter um cachê muito bom para eu poder correr o risco de que as algumas portas se fechem para mim.

Folha Online - Na sua opinião, este tipo de trabalho fecha portas?

Fabrício -
O nu masculino é muito agressivo. O feminino é normal. Para nós, homens, este tipo de trabalho fica mais e mais tachado. Eu não descarto, mas eu não tenho muito interesse em fazer.

Folha Online - O fato de a revista ser voltada para o público gay pesa na sua decisão?

Fabrício -
Quanto a isso não tem problema porque se a gente tiver ganhando dinheiro não importa para que área o trabalho está sendo direcionado. A gente não tem que ter este pudor e tem mais é que ter a mente aberta e respeitar a classe gay. Eu respeito muito porque são pessoas como a gente, o que muda é a opção sexual. O importante é ter um trabalho bonito.

Folha Online - E qual é o valor de uma boa proposta para você?

Fabrício -
É muito, com certeza. Para expor a minha imagem, sabendo como o Brasil reage a esse tipo de coisa, teria que ser uma grana muito boa.

Folha Online - Você ficou com a imagem de vilão por maquinar a votação das pessoas...

Fabrício - Eu não usei tanto a razão, porque se eu tivesse feito isso hoje estaria com os R$ 500 mil. A edição quer dar Ibope, porque é isso que vende. O "Big Brother" é uma novela composta por 12 atores que não eram famosos até entrarem na casa. Lá dentro eles vão vendo o que eles podem usar de cada uma das pessoas.

Folha Online - E o caso que envolveu você, Thyrso e Manuela contribuíram para criar esta imagem?

Fabrício -
Em todo momento eu respeitei muito a imagem da Manuela e do Thyrso, só que teve um momento em que eu estava carente, ela estava dando em cima e eu fiz meu papel de homem.

Folha Online - Como está a relação entre vocês três?

Fabrício -
Tento manter um relacionamento melhor possível com todo mundo e desejo uma boa sorte para todos.

Folha Online - O que de melhor ficou para você neste programa?

Fabrício -
A amizade grande que eu formei com a Tarciana, Fernando, Jéferson, Thaís, Rodrigo e Moisés vai ficar. Pessoas de vários cantos do Brasil que eu achei que nunca teria condições de conhecer e eu acabei conhecendo em um dos programas de maior audiência da TV Globo.

Folha Online - Olhando hoje as fitas com imagens do programa você se arrepende de ter dito ou feito alguma coisa?

Fabrício -
Eu não olhei as fitas ainda e não tenho interesse nenhum em ver agora. Eu sei que as coisas que eu vou assistir vão acabar me deixando chateado, magoado e revoltado com coisas que aconteceram e que foram contorcidas (sic) aqui fora. No momento, eu quero mais é trabalhar e esquecer essa imagem de ex-"big brother" e daqui a pouco ser reconhecido em uma outra área pela qual a gente está batalhando.

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