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09/08/2002 - 18h48

"Good Morning São Paulo" se ancora em "atores" de "reality shows"

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CARLA NASCIMENTO
da Folha Online

O que esperar de uma peça de teatro "idealizada" por Alexandre Frota? Seja lá o que isto signifique, é inevitável imaginar um espetáculo com atuações sofríveis, piadinhas fáceis e clichês à exaustão. Pois "Good Morning São Paulo", que estreou na última quarta-feira (para convidados) no Teatro Dias Gomes, em São Paulo, tem tudo isso.

O espetáculo, que reúne vários esquetes apresentando situações diversas, praticamente independentes umas das outras, é uma colcha de retalhos. No leque de temas que tenta levar ao palco estão uma crítica social, sátira aos heróis das histórias em quadrinhos e aos filmes de faroeste e situações corriqueiras.

Como usa bem os recursos de som e iluminação, a colcha de retalhos poderia até ser bem deglutida se tivesse um elenco um pouco melhor. Ou seja, como já era de se esperar, o grande problema de "Good Morning São Paulo" é mesmo o elenco.

Ancorada em Frota, e na fama recém-conquistada de nomes de "reality shows" da Globo e do SBT como chamariz, o espetáculo tem no elenco principal Marcos Mastronelli, Taiguara Nazreth e Caetano Zonaro, que provavelmente acreditam ser suficiente a experiência dos "reality shows" para se tornarem atores. Entre os outros nomes que compõem o elenco, o destaque fica para Zeca Atalla.

O espetáculo começa mal, com piadas fáceis e batidas. Interferências no meio da atuação como se fossem reais também são usadas em vários esquetes, mas a naturalidade necessária para que este recurso tenha um bom efeito não é alcançada. Repleta de cacos indisfarçaveis, os atores, principalmente Frota, ri do próprio texto e dos colegas em cena.

Na metade da apresentação, o espetáculo tenta fazer uma crítica social séria e coloca no palco uma faixa com nomes de vítimas da violência como Daniela Perez e Tim Lopes e nomes de políticos envolvidos em escândalos de corrupção como Fernando Collor de Mello. Os atores tentam reproduzir uma perseguição policial e a utilização do espaço do teatro é bem feita.

Quase no final, alguns esquetes, apesar de não fugirem de clichês, são dignos de nota pela atuação de Atalla, como as que satirizam os personagens de HQs Tarzan e Jane e Batman e Robin.

Quem também é digno de nota, mas por motivo inverso é Caetano Zonaro, que deverá ter uma carreira curta como ator. O ex-"big brother" não conseguiu sequer representar bem a si mesmo.

Dirigida por Deto Montenegro, a peça conta ainda com a participação da atriz Gueth Moraes e de alunos do curso Os Menestréis.

GOOD MORNING SÃO PAULO
Onde: Dias Gomes (r. Domingos de Morais, 348, Vila Mariana, tel. 0/xx/11/5575-7472)
Quando: Qua. e qui., às 21h
Quanto: R$ 10
 

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