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16/08/2002 - 00h43

Mostra gratuita reúne 20 filmes de Luchino Visconti

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ALVARO MACHADO
do Guia da Folha

O aristocrata milanês militou tempos no Partido Comunista e não desaprovaria que todos os 20 filmes que dirigiu sejam exibidos com entrada grátis.

Mas Luchino Visconti (1906-76) também era um esteta, um perfeccionista, íntimo dos maiores luxos que a cultura já fabricou, e com certeza sofreria ao ver, por exemplo, "Morte em Veneza", a mais perfeita combinação de imagem larga (Pasqualino de Santis) e música (Gustav Mahler), reduzida à tela acanhada e à projeção sofrível da sala Lima Barreto, que tem problemas de circulação de ar e invasão de sons de outros pontos do CCSP. Ou num auditório improvisado em cinema (MAM), ou restrito a platéias universitárias no pouco acessível cineclube da USP.

Mas o Instituto Italiano de Cultura e a Secretaria Municipal de Cultura, responsáveis pela vinda dessas cópias novas, assim decidiram.

Vale, entretanto, qualquer esforço e fila para ver clássicos cujas cópias sumiram do país há décadas. Nesse sentido, os programas mais raros são "Vagas Estrelas da Ursa Maior" (65), colapso existencialista da estrutura familiar, com incesto entre os irmãos Jean Sorel e Claudia Cardinale; o primeiro filme, "Obsessão" (43), baseado em romance de James M. Cain muito apreciado por Hollywood; "Um Rosto na Noite" (57), versão do conto "Noites Brancas", de Dostoiévski; a deliciosa junção de dois médias-metra- gens num só programa: "A Bruxa Queimada Viva" (com Silvana Mangano vítima de seu próprio carisma) e "O Trabalho" (com Romy Schneider paga como prostituta por seu marido burguês).

Bem-vindo, também, "O Estrangeiro" (67), adaptação em parte falhada do romance de Camus, mas com muitos focos de interesse.

 

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