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16/08/2002 - 02h30

Elvis Presley é o messias de religiões alternativas

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SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Nova York

Que Elvis não só morreu como continua faturando horrores você já está cansado de saber.

O que mais impressiona nos 25 anos do desaparecimento de Elvis Presley (1935-1977), cuja data redonda é lembrada hoje no mundo inteiro, não são os números que cercam o império construído pelo homem que ajudou a inventar o rock'n'roll e foi um dos primeiros produtos da cultura de massa surgida com a TV.

E olhe que esses são números impressionantes. Apenas uma série deles, divulgada no início da semana, fala mais do que mil palavras. Segundo estudo online realizado pelo site Harry Interactive, que ouviu 2.000 adultos nos Estados Unidos:

* um em cada dez norte-americanos já visitou Graceland, a mansão do Rei em Memphis, Estado do Tennessee; * 10% dos americanos maiores de 18 anos (um exército de 17 milhões de pessoas) tentaram imitá-lo em algum momento; * 70% da população do país já assistiu a pelo menos um dos 33 longas de sua carreira; * uma em cada 20 pessoas viu um show de Elvis antes de sua morte.

Mas não são esses números, repito, o que mais impressionam. E, sim, saber que na última década, segundo dados do próprio governo norte-americano, surgiram pelo menos cem novas seitas no mundo inteiro que aceitam o cantor de "Love me Tender" como o messias. Não é exagero.

Elvis Aaron Presley nasceu no dia 8 de janeiro de 1935 em Tupelo, Mississippi. Viria a morrer na madrugada do dia 16 de agosto de 1977 num dos vários cômodos de sua casa, de ataque cardíaco causado por consumo de drogas. Nos 42 anos que separam as duas datas, não foi o que se pode considerar um sujeito religioso.

Mesmo assim, 15 anos depois de sua morte, surgiu a pioneira das chamadas "Igrejas de Elvis". Tratava-se da Primeira Igreja Presleyteriana de Elvis, o Divino, fundada na mesma Memphis de Graceland, e que atualmente tem representantes no mundo inteiro, o maior deles na Austrália, comandado por uma mulher que se denomina apenas "ministra Anna".

Nos últimos anos, no entanto, o número de seitas ultrapassou a centena, a maioria formada por pessoas que levam a sério o que pregam e pelo menos uma dezena de fãs bem-humorados que encontraram na sátira uma outra forma de homenagear o ídolo. Nem sempre é possível fazer a distinção entre uns e outros.

Aparentemente na primeira categoria se encaixam a Elvishnu, com sede apenas virtual, que defende que o músico é a décima encarnação do deus védico Vishnu, e a Primeira Igreja Congregacional de Elvis, na Virgínia Ocidental, para a qual ele é a reencarnação do espírito guardião Elvi (pronuncia-se "êlvai").

Já na segunda categoria está a Igreja 24 Horas de Elvis, criada em Portland (Oregon) por Frank Wu, um fã que define assim sua denominação: "A Igreja 24 Horas de Elvis não funciona 24 horas, não é uma igreja e não tem muito de Elvis". Mesmo assim, o lugar é licenciado pelo Estado para realizar casamentos e batizados. E vender camisetas e lembranças, pois ninguém é de ferro.

Por fim, há a categoria de seitas já estabelecidas que resolveram santificar a figura do roqueiro como maneira de atrair parte de seus fãs para sua senda. Assim, a Igreja da Vida Universal, baseada na cidade californiana de Modesto, há alguns anos aceitou o cantor como um de seus santos.

A justificativa, segundo seu fundador, Kirby J. Hensley: "Elvis mostrou fé e esperança quando, na adolescência, insistiu em seguir seu chamado como músico, apesar de suas origens humildes. Ele provou ainda que era generoso por sua óbvia e bem documentada obra de caridade. Todos esses atributos são comprovados por seu extraordinário número de seguidores".
E, como já disse alguém, 50 milhões de seguidores não podem estar enganados.

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