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20/08/2002
-
02h55
da Folha de S.Paulo
Para Mário, que gostava de Anita, eles eram um só, Tarsivaldo, Tarsila e Oswald. Sob a perspectiva das paixões e perdas de uma mulher que não era exatamente dada à arte moderna, mas, como poucos, cativou os protagonistas da Semana de 22, a peça "Tarsila" rememora a efervescência dos anos 20 e 30. O texto de Maria Adelaide Amaral participa hoje do "Leituras de Teatro", na Folha, sob direção de Sérgio Ferrara.
Cabe a Esther Góes o papel que representou no filme "Eternamente Pagu" (88), o da pintora Tarsila do Amaral (1886-1973). Os escritores Oswald de Andrade e Mário de Andrade, amigos e depois desafetos, também surgem, lidos por José Rubens Chachá e Pascoal da Conceição. A pintora Anita Malfati, por Vera Mancini, completa o quarteto eleito pela dramaturga Maria Adelaide.
Já a escritora Patrícia Galvão, a Pagu, que aparece em off e será lida pela própria autora, catalisa um dos principais conflitos da peça. É por causa dela que Oswald rompe o casamento com Tarsila.
A pintora sentiu-se traída duas vezes. Ela e Oswald adotaram Pagu em sua iniciação artística. "Por que não podemos ser um trio genial, um estimulando e nutrindo o outro num saudável movimento antropofágico?", tenta argumentar o escritor para Tarsila.
Apesar do romance entre "a deusa e o diabo do modernismo brasileiro", segundo o crítico Alcântara Machado, a história contempla ainda a relação menos tempestuosa, entre Anita e Mário, para quem um silêncio compartilhado comprova a consistência de uma grande amizade.
Avançando ou recuando no tempo (há um jornalista em off, lido por Leandro Matos), "Tarsila" retrata ainda: a infância da pintora, a influência cubista em Paris, a retomada das tradições brasileiras, outro casamento e a prisão por "militância comunista".
LEITURAS DE TEATRO. A leitura da peça "Tarsila" acontece hoje às 20h, no auditório da Folha (al. Barão de Limeira, 425, 9º andar, São Paulo). Interessados em assistir ao evento gratuito devem fazer reservas pelo tel. 0/xx/11/3224-3473, das 14h às 18h.
"Tarsila" retrata paixões da pintora que encantou os modernistas
VALMIR SANTOSda Folha de S.Paulo
Para Mário, que gostava de Anita, eles eram um só, Tarsivaldo, Tarsila e Oswald. Sob a perspectiva das paixões e perdas de uma mulher que não era exatamente dada à arte moderna, mas, como poucos, cativou os protagonistas da Semana de 22, a peça "Tarsila" rememora a efervescência dos anos 20 e 30. O texto de Maria Adelaide Amaral participa hoje do "Leituras de Teatro", na Folha, sob direção de Sérgio Ferrara.
Cabe a Esther Góes o papel que representou no filme "Eternamente Pagu" (88), o da pintora Tarsila do Amaral (1886-1973). Os escritores Oswald de Andrade e Mário de Andrade, amigos e depois desafetos, também surgem, lidos por José Rubens Chachá e Pascoal da Conceição. A pintora Anita Malfati, por Vera Mancini, completa o quarteto eleito pela dramaturga Maria Adelaide.
Já a escritora Patrícia Galvão, a Pagu, que aparece em off e será lida pela própria autora, catalisa um dos principais conflitos da peça. É por causa dela que Oswald rompe o casamento com Tarsila.
A pintora sentiu-se traída duas vezes. Ela e Oswald adotaram Pagu em sua iniciação artística. "Por que não podemos ser um trio genial, um estimulando e nutrindo o outro num saudável movimento antropofágico?", tenta argumentar o escritor para Tarsila.
Apesar do romance entre "a deusa e o diabo do modernismo brasileiro", segundo o crítico Alcântara Machado, a história contempla ainda a relação menos tempestuosa, entre Anita e Mário, para quem um silêncio compartilhado comprova a consistência de uma grande amizade.
Avançando ou recuando no tempo (há um jornalista em off, lido por Leandro Matos), "Tarsila" retrata ainda: a infância da pintora, a influência cubista em Paris, a retomada das tradições brasileiras, outro casamento e a prisão por "militância comunista".
LEITURAS DE TEATRO. A leitura da peça "Tarsila" acontece hoje às 20h, no auditório da Folha (al. Barão de Limeira, 425, 9º andar, São Paulo). Interessados em assistir ao evento gratuito devem fazer reservas pelo tel. 0/xx/11/3224-3473, das 14h às 18h.
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