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24/08/2002
-
03h33
da Folha de S.Paulo
Um ditirambo para a história da arte do teatro no país. Atores, diretores e autores protagonistas da cena moderna ou contemporânea compartilham pensamentos e inquietações em "Odisséia do Teatro Brasileiro" (ed. Senac), livro organizado pela pesquisadora Silvana Garcia, com lançamento na próxima segunda em São Paulo.
Em agosto de 2000, o Ágora -Centro de Desenvolvimento Teatral abrigou em seu palco, na Bela Vista, o ciclo "Odisséia do Teatro Brasileiro".
Estabeleceu-se analogia com o poema épico do grego Homero (nascido por volta de 700 a.C.) para traçar a evolução do teatro nacional por meio de debates e depoimentos de 17 artistas.
No clássico, Ulisses aventura-se por 20 anos para finalmente retornar à ilha de Ítaca, e para os braços da mulher, Penélope, graças à coragem do filho Telêmaco e intervenção da deusa da sabedoria, Palas Atena.
A primeira parte do ciclo, intitulada "Guerra de Tróia", promoveu encontros dos diretores Gianni Ratto e Fauzi Arap; dos dramaturgos Gianfrancesco Guarnieri e Aimar Labaki; e do pesquisador Fernando Peixoto e do diretor Sérgio de Carvalho.
Na segunda, "Telêmacos ou os Pretendentes de Penélope", aconteceram três mesas: uma com os diretores Eduardo Tolentino (grupo Tapa), Enrique Diaz (Cia. dos Atores) e Antônio Araújo (Teatro da Vertigem); outra com os também diretores Aderbal Freire-Filho e João das Neves; e a última com o ator e diretor Luiz Paulo Vasconcellos e com o diretor Márcio de Souza.
A terceira e derradeira parte da "Odisséia", batizada "Os Ulisses Retomam Ítaca", trouxe, um a cada noite, o ator Paulo Autran e os diretores Augusto Boal (grupo Teatro do Oprimido), Antunes Filho (Centro de Pesquisa Teatral, CPT-Sesc) e José Celso Martinez Corrêa (Oficina Uzyna Uzona).
Ratto abriu com sua experiência no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Ele vê a produção atual com desalento, acha que "hoje caminhamos para a morte do teatro", que são necessários "poetas" para desviá-lo desse curso.
Em sua ponte com a produção dos anos 60 (Teatro de Arena, Opinião, Oficina), Guarnieri disse que "preferia a censura da ditadura a uma censura real, uma censura muito mais profunda que está existindo, esta censura econômica, a da ditadura do mercado".
Um dos diagnósticos recorrentes nos encontros foi o da reafirmação do teatro de grupo nos anos 90, como pontuaram, por exemplo, Peixoto, Carvalho, Araújo e Freire-Filho.
A formação de ator, a nova dramaturgia, a influência artística dos participantes, a relação teatro-TV e a mídia também foram alguns dos tópicos abordados.
Com o ciclo, e agora o livro, "poderemos reavivar nossa reflexão, recuperando as linhas evolutivas do teatro brasileiro, ao mesmo tempo que traçamos um panorama das principais propostas estéticas que norteiam o nosso teatro", diz o ator Celso Frateschi, co-idealizador do Ágora com o diretor Roberto Lage.
ODISSÉIA DO TEATRO BRASILEIRO.
Organização: Silvana Garcia (ed. Senac, 307 págs, R$ 35). Lançamento: seg., dia 26, às 19h, no teatro Ágora (r. Rui Barbosa, 672, tel. 0/xx/11/3284-0290)
"Odisséia do Teatro Brasileiro" reconta história do Ágora em SP
VALMIR SANTOSda Folha de S.Paulo
Um ditirambo para a história da arte do teatro no país. Atores, diretores e autores protagonistas da cena moderna ou contemporânea compartilham pensamentos e inquietações em "Odisséia do Teatro Brasileiro" (ed. Senac), livro organizado pela pesquisadora Silvana Garcia, com lançamento na próxima segunda em São Paulo.
Em agosto de 2000, o Ágora -Centro de Desenvolvimento Teatral abrigou em seu palco, na Bela Vista, o ciclo "Odisséia do Teatro Brasileiro".
Estabeleceu-se analogia com o poema épico do grego Homero (nascido por volta de 700 a.C.) para traçar a evolução do teatro nacional por meio de debates e depoimentos de 17 artistas.
No clássico, Ulisses aventura-se por 20 anos para finalmente retornar à ilha de Ítaca, e para os braços da mulher, Penélope, graças à coragem do filho Telêmaco e intervenção da deusa da sabedoria, Palas Atena.
A primeira parte do ciclo, intitulada "Guerra de Tróia", promoveu encontros dos diretores Gianni Ratto e Fauzi Arap; dos dramaturgos Gianfrancesco Guarnieri e Aimar Labaki; e do pesquisador Fernando Peixoto e do diretor Sérgio de Carvalho.
Na segunda, "Telêmacos ou os Pretendentes de Penélope", aconteceram três mesas: uma com os diretores Eduardo Tolentino (grupo Tapa), Enrique Diaz (Cia. dos Atores) e Antônio Araújo (Teatro da Vertigem); outra com os também diretores Aderbal Freire-Filho e João das Neves; e a última com o ator e diretor Luiz Paulo Vasconcellos e com o diretor Márcio de Souza.
A terceira e derradeira parte da "Odisséia", batizada "Os Ulisses Retomam Ítaca", trouxe, um a cada noite, o ator Paulo Autran e os diretores Augusto Boal (grupo Teatro do Oprimido), Antunes Filho (Centro de Pesquisa Teatral, CPT-Sesc) e José Celso Martinez Corrêa (Oficina Uzyna Uzona).
Ratto abriu com sua experiência no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Ele vê a produção atual com desalento, acha que "hoje caminhamos para a morte do teatro", que são necessários "poetas" para desviá-lo desse curso.
Em sua ponte com a produção dos anos 60 (Teatro de Arena, Opinião, Oficina), Guarnieri disse que "preferia a censura da ditadura a uma censura real, uma censura muito mais profunda que está existindo, esta censura econômica, a da ditadura do mercado".
Um dos diagnósticos recorrentes nos encontros foi o da reafirmação do teatro de grupo nos anos 90, como pontuaram, por exemplo, Peixoto, Carvalho, Araújo e Freire-Filho.
A formação de ator, a nova dramaturgia, a influência artística dos participantes, a relação teatro-TV e a mídia também foram alguns dos tópicos abordados.
Com o ciclo, e agora o livro, "poderemos reavivar nossa reflexão, recuperando as linhas evolutivas do teatro brasileiro, ao mesmo tempo que traçamos um panorama das principais propostas estéticas que norteiam o nosso teatro", diz o ator Celso Frateschi, co-idealizador do Ágora com o diretor Roberto Lage.
ODISSÉIA DO TEATRO BRASILEIRO.
Organização: Silvana Garcia (ed. Senac, 307 págs, R$ 35). Lançamento: seg., dia 26, às 19h, no teatro Ágora (r. Rui Barbosa, 672, tel. 0/xx/11/3284-0290)
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