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30/08/2002
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06h09
Na falta de uísque importado, peça o nacional. Apostando nessa filosofia, as lojas de CDs importados de São Paulo "nacionalizaram" seus estoques para sobreviver à alta do dólar.
Na Indie Records, em Pinheiros, cerca de 40% dos discos da loja, que já teve quase 100% de CDs importados, são produzidos no Brasil. "Com esse dólar totalmente fora de controle, tivemos que concentrar forças nos lançamentos nacionais que felizmente estão em alta", afirma o dono da loja, Marcos Z.
Gravadoras como FNM, Sum Records e Trama, diz ele, têm apostado em artistas internacionais mais alternativos. "O problema é que ainda não chegam nem perto de suprir a demanda cada vez maior por novidades."
Selos independentes também têm dado a sua forcinha no mercado capenga de lançamentos internacionais. Recentemente, o selo Slag lançou a banda inglesa Clinic, e o Highlight Sounds lançou a banda sueca (International) Noise Conspiracy.
Carlos Farinha, dono da loja Bizarre, no centro, foi mais longe. Além de "nacionalizar" o cardápio de CDs, apostou num selo próprio, que lança bandas do mercado underground.
Com os discos importados, ele dança um samba do crioulo doido. "Não pago os CDs quando recebo, tenho um prazo de 60 dias. Vendo o disco hoje por "x" e depois pago por ele sei lá quanto. Quem é que vai adivinhar onde é que vai parar isso?", reclama. "O certo seria ir reajustando os preços, mas não dá para fazer isso."
Com medo dos preços, o consumidor prefere passar longe das importadoras. Lojistas afirmam que o número das vendas caiu pela metade.
O dono da London Records, na r. 24 de Maio, concorda que a saída esteja na venda dos "nacionalizados". "O cliente que comprava em média dez CDs importados por mês agora leva cerca de seis nacionais", compara Walter da Costa Thiago.
Ele aponta como problema a falta de "timing" dos lançamentos de artistas internacionais pelas gravadoras brasileiras. "Elas não têm muito critério para lançar CDs no Brasil. E o pior é que alguns títulos nunca chegam a sair", diz. Nesses casos, o cliente tem de pagar, em média, R$ 55 pelo importado, enquanto um CD fabricado no Brasil sai por R$ 27.
O jeito então é apelar para promoções e descontos. "Promoção sempre passa pela minha cabeça, mas mesmo o preço com desconto pode não ser tão lindo e maravilhoso assim", desabafa Marcos Z. Já há lojista pensado em soluções como a venda de CDs importados usados, o que já é habitual em países como a França. Antes isso do que um disco a 60 reais.
Lojas apostam em "nacionalização"
da Folha de S.PauloNa falta de uísque importado, peça o nacional. Apostando nessa filosofia, as lojas de CDs importados de São Paulo "nacionalizaram" seus estoques para sobreviver à alta do dólar.
Na Indie Records, em Pinheiros, cerca de 40% dos discos da loja, que já teve quase 100% de CDs importados, são produzidos no Brasil. "Com esse dólar totalmente fora de controle, tivemos que concentrar forças nos lançamentos nacionais que felizmente estão em alta", afirma o dono da loja, Marcos Z.
Gravadoras como FNM, Sum Records e Trama, diz ele, têm apostado em artistas internacionais mais alternativos. "O problema é que ainda não chegam nem perto de suprir a demanda cada vez maior por novidades."
Selos independentes também têm dado a sua forcinha no mercado capenga de lançamentos internacionais. Recentemente, o selo Slag lançou a banda inglesa Clinic, e o Highlight Sounds lançou a banda sueca (International) Noise Conspiracy.
Carlos Farinha, dono da loja Bizarre, no centro, foi mais longe. Além de "nacionalizar" o cardápio de CDs, apostou num selo próprio, que lança bandas do mercado underground.
Com os discos importados, ele dança um samba do crioulo doido. "Não pago os CDs quando recebo, tenho um prazo de 60 dias. Vendo o disco hoje por "x" e depois pago por ele sei lá quanto. Quem é que vai adivinhar onde é que vai parar isso?", reclama. "O certo seria ir reajustando os preços, mas não dá para fazer isso."
Com medo dos preços, o consumidor prefere passar longe das importadoras. Lojistas afirmam que o número das vendas caiu pela metade.
O dono da London Records, na r. 24 de Maio, concorda que a saída esteja na venda dos "nacionalizados". "O cliente que comprava em média dez CDs importados por mês agora leva cerca de seis nacionais", compara Walter da Costa Thiago.
Ele aponta como problema a falta de "timing" dos lançamentos de artistas internacionais pelas gravadoras brasileiras. "Elas não têm muito critério para lançar CDs no Brasil. E o pior é que alguns títulos nunca chegam a sair", diz. Nesses casos, o cliente tem de pagar, em média, R$ 55 pelo importado, enquanto um CD fabricado no Brasil sai por R$ 27.
O jeito então é apelar para promoções e descontos. "Promoção sempre passa pela minha cabeça, mas mesmo o preço com desconto pode não ser tão lindo e maravilhoso assim", desabafa Marcos Z. Já há lojista pensado em soluções como a venda de CDs importados usados, o que já é habitual em países como a França. Antes isso do que um disco a 60 reais.
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