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03/08/2000
-
03h34
VALMIR SANTOS, da Folha de S.Paulo
A praça da Estação, no centro de Belo Horizonte, transforma-se hoje à noite em um palácio milenar. A companhia Chinese Theatre Circle (CTC), de Cingapura, apresenta árias (peças de música para uma só voz) de óperas chinesas como "Madam White Snake".
O projeto da companhia asiática, que há 19 anos divulga a tradicional ópera chinesa, foi escolhido para abrir o 5º Festival Internacional de Teatro Palco & Rua, o FIT-BH. Durante 11 dias a capital mineira receberá 23 montagens, 13 delas internacionais, com representantes do Chile, Colômbia, Espanha, França, Itália, Polônia, Suíça, China e Cingapura.
A organização espera atrair cerca de 10 mil pessoas na abertura. Amanhã, a companhia cingapuriana repete a performance ao ar livre, uma das marcas do festival.
A programação inclui 37 apresentações em locais públicos (ruas e praças,
sobretudo nos bairros), 19 em espaços alternativos e 45 em palcos convencionais.
Tenta-se manter, de alguma forma, a idéia que deu origem ao FIT-BH em 94, quando o grupo Galpão ("Romeu e Julieta") juntou-se ao diretor do teatro Francisco Nunes, Carlos Rocha, para criar um evento que conjugasse palco e rua.
A parceria durou apenas uma edição. A ruptura foi atribuída a "divergências conceituais". Desde 96, Rocha é diretor-geral do FIT-BH, uma realização da Secretaria Municipal de Cultura e do Movimento Teatro de Grupo de Minas Gerais, o MTG.
"O nosso trabalho está baseado em duas palavras-chave: diversidade e qualidade", afirma Rocha, 47. Nesta edição, por exemplo, há ópera, boneco, novo circo, teatro-dança, comédias, dramas realistas, antropológicos etc.
O leque de linguagens contribui para a formação do público. Rocha afirma que cerca de 150 mil espectadores assistiram aos espetáculos em 98, estimativa que se mantém para a edição atual.
Se é possível encontrar um denominador comum, ele é representado pelo trabalho de grupo. "Não é um critério excludente, mas os grupos estáveis atingem maior projeção cultural. Na história do teatro contemporâneo, são eles que investem no trabalho do ator e não têm preocupação comercial", diz Rocha.
Orçado em R$ 1,25 milhão, o festival também organizou oficinas e conferências paralelas. Na programação, destacam-se o grupo polonês Studium Teatralne, que encena "Pólnoc", baseado em obra do poeta Adam Mickiewicz (leia ao lado); a companhia suíça Bochorno, com "A Casa de Bernarda Alba", livre adaptação da peça de Federico García Lorca; e o espanhol La Zaranda, com "Cuando la Vida Eterna se Acabe", de Eusebio Calonge.
O experimentalismo marca a presença de grupos latino-americanos, como o colombiano La Candelaria, com "El Paso", criação coletiva, e o chileno Teatro Sombrero Verde, com "La Maratón", de Claude Confortés.
Entre os espetáculos brasileiros, cinco são de companhias mineiras. Montagens de outros Estados, como "A Máquina" (Recife), "A Vida É Cheia de Som e Fúria" (Curitiba) e "Tudo no Timing" (Rio), já passaram por festivais. Mas o FIT-BH ignora a perspectiva do ineditismo. Afinal, os mineiros não viram. Ainda.
Evento: 5º Festival Internacional de Teatro Palco & Rua
Quando: de hoje a 11/8
Onde: Belo Horizonte (MG); informações pelo tel. 0/xx/31/277-4712 Quanto: R$ 10
Patrocinadores: Telemar e Coca Cola
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Festival de BH abre com árias na praça
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A praça da Estação, no centro de Belo Horizonte, transforma-se hoje à noite em um palácio milenar. A companhia Chinese Theatre Circle (CTC), de Cingapura, apresenta árias (peças de música para uma só voz) de óperas chinesas como "Madam White Snake".
O projeto da companhia asiática, que há 19 anos divulga a tradicional ópera chinesa, foi escolhido para abrir o 5º Festival Internacional de Teatro Palco & Rua, o FIT-BH. Durante 11 dias a capital mineira receberá 23 montagens, 13 delas internacionais, com representantes do Chile, Colômbia, Espanha, França, Itália, Polônia, Suíça, China e Cingapura.
A organização espera atrair cerca de 10 mil pessoas na abertura. Amanhã, a companhia cingapuriana repete a performance ao ar livre, uma das marcas do festival.
A programação inclui 37 apresentações em locais públicos (ruas e praças,
sobretudo nos bairros), 19 em espaços alternativos e 45 em palcos convencionais.
Tenta-se manter, de alguma forma, a idéia que deu origem ao FIT-BH em 94, quando o grupo Galpão ("Romeu e Julieta") juntou-se ao diretor do teatro Francisco Nunes, Carlos Rocha, para criar um evento que conjugasse palco e rua.
A parceria durou apenas uma edição. A ruptura foi atribuída a "divergências conceituais". Desde 96, Rocha é diretor-geral do FIT-BH, uma realização da Secretaria Municipal de Cultura e do Movimento Teatro de Grupo de Minas Gerais, o MTG.
"O nosso trabalho está baseado em duas palavras-chave: diversidade e qualidade", afirma Rocha, 47. Nesta edição, por exemplo, há ópera, boneco, novo circo, teatro-dança, comédias, dramas realistas, antropológicos etc.
O leque de linguagens contribui para a formação do público. Rocha afirma que cerca de 150 mil espectadores assistiram aos espetáculos em 98, estimativa que se mantém para a edição atual.
Se é possível encontrar um denominador comum, ele é representado pelo trabalho de grupo. "Não é um critério excludente, mas os grupos estáveis atingem maior projeção cultural. Na história do teatro contemporâneo, são eles que investem no trabalho do ator e não têm preocupação comercial", diz Rocha.
Orçado em R$ 1,25 milhão, o festival também organizou oficinas e conferências paralelas. Na programação, destacam-se o grupo polonês Studium Teatralne, que encena "Pólnoc", baseado em obra do poeta Adam Mickiewicz (leia ao lado); a companhia suíça Bochorno, com "A Casa de Bernarda Alba", livre adaptação da peça de Federico García Lorca; e o espanhol La Zaranda, com "Cuando la Vida Eterna se Acabe", de Eusebio Calonge.
O experimentalismo marca a presença de grupos latino-americanos, como o colombiano La Candelaria, com "El Paso", criação coletiva, e o chileno Teatro Sombrero Verde, com "La Maratón", de Claude Confortés.
Entre os espetáculos brasileiros, cinco são de companhias mineiras. Montagens de outros Estados, como "A Máquina" (Recife), "A Vida É Cheia de Som e Fúria" (Curitiba) e "Tudo no Timing" (Rio), já passaram por festivais. Mas o FIT-BH ignora a perspectiva do ineditismo. Afinal, os mineiros não viram. Ainda.
Evento: 5º Festival Internacional de Teatro Palco & Rua
Quando: de hoje a 11/8
Onde: Belo Horizonte (MG); informações pelo tel. 0/xx/31/277-4712 Quanto: R$ 10
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