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19/09/2002 - 02h49

Conheça o Slash, a nova literatura de moças

SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Nova York

No começo da carreira de ambos, Steve Jobs foi amante de Bill Gates. O inventor do Macintosh e da Apple era o ativo; já ao dublê de homem mais rico e criador da Microsoft restava a passividade. A história tem mais metáforas do que aguenta o papel (e a rede) e OBVIAMENTE é mentira.

O plot saiu da imaginação da escritora irreverente norte-americana Jezebel Slade (www.femgeeks.net/infamy) e é o exemplo mais bem-acabado de um dos fenômenos mais interessantes que vêm tomando a internet nos últimos tempos: o movimento Slash.

"Slash" é palavra em inglês que tem vários significados, mas o que interessa aqui é o que significa "barra", como na frase "Eu sou modelo/atriz". Foi escolhido para designar um tipo de literatura de ficção que é dominado por autoras homossexuais.

O gênero reúne duas personalidades ou dois personagens da cultura pop, sempre homens, e imagina um romance entre eles. O primeiro que se tem registro levava a cabo o amor platônico que supostamente permeava a relação entre o sr. Spock e o capitão James T. Kirk, no seriado cult televisivo "Jornada nas Estrelas".

Ninguém consegue explicar por que raios o movimento foi tomado por lésbicas.

A justificativa mais corrente (embora generalizante e simplista) utiliza o suposto apelo que a pornografia gay masculina exerce sobre as mulheres, com o Slash sendo a extensão escrita do vídeo doméstico.

"Slash é apenas uma outra maneira de escrever literatura erótica", disse Henry Jenkins, diretor de estudos comparativos do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e expert no gênero. "É como essas mulheres querem que seja representada em letras a sexualidade masculina."

Na que se tornou a mais famosa das ficções, composta por seis episódios, Jezebel Slade conta com detalhes pornográficos como os dois aspirantes a magnatas da informática mantinham uma imagem pública de rivalidade, mas viviam uma ardente e erótica relação na clandestinidade. Por motivos óbvios, é a história que mais audiência teve até agora.

Mas não é a única. Outras colocam num ménage à trois o agente Fox Mulder, seu chefe, Walter Skinner, e o vilão Krycek, todos da extinta série "Arquivo X".

Tem ainda Obi-Wan se apaixonando por seu mentor Qui-Gon Jinn (ambos personagens de "Guerra nas Estrelas").

A lista é imensa, do tamanho da imaginação das moças.
 

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