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22/09/2002 - 02h58

Velho prédio Dops abriga Praça pela Paz em São Paulo

PEDRO IVO DUBRA
da Folha de S.Paulo

Testemunha da repressão política do regime militar em seus porões e atualmente de cenas de violência e pobreza nas ruas vizinhas, o velho edifício do antigo Dops presencia hoje intenções de transformar sua praça num lugar de paz.

É lançado, com shows e atividades culturais, o projeto Praças pela Paz Mundial. Parceria entre a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), a ONG brasileira Movimento Mídia da Paz e a italiana Centro Internazionale Crocevia, o evento principia a iniciativa, que pretende operar intervenções urbanísticas e arquitetônicas assinadas por Nelson Dupré, autor do projeto da Sala São Paulo.

Com apresentação de Serginho Groisman, Soninha e da VJ Sarah (MTV), haverá no local, das 10h às 16h30, música, circo, esporte e artes plásticas. Diferentes organizações não-governamentais -casos de Projeto Aprendiz, Brahma Kumaris e Palas Athenas- demonstrarão seus trabalhos.

Os destaques da programação musical são Chico César, Arnaldo Antunes e Sabotage. Apresenta-se também o grupo de percussão corporal Barbatuques.
Rapper notabilizado pela atuação no longa "O Invasor" (2001), de Beto Brant, Sabotage, 29, arremata o evento com sua performance. Pretende mostrar músicas de seu CD "Rap É Compromisso" e revelar material inédito.

Ele comenta a situação do bairro onde se localiza o prédio do antigo Dops (Departamento de Ordem Política e Social): "Poxa, aqui [no Museu do Imaginário do Povo Brasileiro, que ocupa hoje o edifício] só "cola" playboy. Lá fora tem a "cracolândia"... ", declara sobre a região, que, possuidora de equipamentos culturais como a Pinacoteca do Estado, é conhecida também por ser ponto de venda e consumo de crack.

Intervenções
O plano de Dupré prevê a construção de uma concha acústica, um totem de 4,8 m de altura, com uma pedra retirada da igreja de São Francisco em Assis (Itália) e forma de prisma triangular, e jardins. As obras, segundo Oriana White, responsável pelo projeto no Brasil e componente da organização Mídia da Paz, devem consumir três anos, com verbas da Secretaria de Estado da Cultura.

Ela afirma que há intenções de concretizar a criação de espaços de igual natureza em Brasília, Vitória e Cuiabá, por exemplo.

Prestarão também depoimentos no palco do Dops representantes de diferentes religiões, entre eles o padre Júlio Lancelotti, o rabino Henry Sobel, a monja Coen de Souza e o xeque Muhammad Ragip.
 

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