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04/08/2000 - 04h14

"Happy Texas": Comédia "honesta" traz América enternecedora

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da Folha de S.Paulo

Histórias sobre fugitivos de presídio que assumem outra personalidade para escapar da polícia são favoritas em Hollywood: entre outros, Humphrey Bogart e dois companheiros se vestiam de padres em "Veneno de Cobra" (1955), refilmado em 1989 com Robert De Niro e Sean Penn ("Não Somos Anjos").

"Happy Texas" (Happy, no Estado do Texas) atualiza a trama na moldura do cinema independente americano, cuja vitrine maior é o Festival de Sundance, onde o filme obteve prêmio especial do júri para a atuação de Steve Zahn.

Na qualidade de "independente", o filme não poderia deixar de ostentar um ar moderno, que fica por conta de liberalidade sexual. Desta vez, os presidiários assumem a identidade dos proprietários do trailer que roubam: um casal gay que percorre o meio-oeste treinando candidatas em concursos infantis de talento e beleza.

Além de existir tipos que se encaixam nesse retrato, o estereótipo da "profissão para gay" é até desculpável neste caso, já que o filme nos sugere que não se pode "colocar a mão no fogo" pela heterossexualidade de ninguém, por mais "quadrado" que aparente ser. A escalação do "bonitón" inglês Jeremy Northam para o papel central conta pontos para que a história não soe estapafúrdia, mas a habilidade maior é do roteiro, com graça na medida.

Happy existe de verdade, bem no meio da América mais jeca, e esta é grande. Às vezes violenta e bárbara, como mostra "Meninos Não Choram", às vezes ingênua e de coração largo, sem ignorar a cultura das megalópoles, mas se defendendo dela instintivamente.

Essa América verde e enternecedora -conservadora e, ao mesmo tempo, permeável às mudanças que lhe tocam a corda mais interior- é, sem dúvida, o tema central desta comédia "honesta", mas não otária.

Seu tom poderia resvalar para o sarcasmo, mas, ao contrário, conserva um grande respeito por seus tipos simples, respirando uma saudável filosofia: "A vida está no lugar onde você está, e não em outro para o qual se quer escapar", como lembra Northam em entrevista a respeito do filme.
(AM)

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