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03/10/2002 - 03h06

Peça "Cócegas" estréia em São Paulo

da Folha de S.Paulo

Para quem começou a aventura num teatro com pouco mais de cem lugares, no Rio, e chega agora ao palco da casa de shows Tom Brasil (1.200 lugares), Ingrid Guimarães e Heloisa Périssé trazem na mala a mesma disposição para o risco que as colocou em cena durante 16 meses.

As protagonistas de "Cócegas" estréiam em São Paulo com a convicção de que, se a piada é boa, como diz Ingrid, não importa a praça da distinta platéia.

Ingrid, 30, e Heloisa, 36, aterrissam prestigiadas pelo público e crítica do Rio. De quebra, trazem "Cosquinha", espécie de versão infantil da montagem adulta, que estréia no mesmo Tom Brasil no próximo dia 12.

Para Ingrid, que já passou pela cidade no início dos anos 90, com "Confissões de Adolescente" -e chegou a cursar o Centro de Pesquisa Teatral coordenado por Antunes Filho-, "Cócegas" não deve ser lida como um besteirol ao pé da letra, gênero bastante afeito ao teatro carioca.

A começar pelo título da peça, sensação que leva ao riso, sim, mas que também provoca desconforto. "Poderia ser perfeitamente uma peça dramática, se a gente quisesse fazê-la com esse olhar", afirma Ingrid. Há momentos de tragédia explícita, mas ridícula; e até de lirismo chapliniano, segundo a atriz.

Ingrid afirma que não há nenhuma idéia original no roteiro das nove esquetes, cuja escrita dividiu com Heloisa. "Tudo o que se fala em cena já foi dito por alguém, de uma certa maneira. O negócio é o modo de fazer. O espetáculo é muito autoral, concebemos de maneira natural, verdadeira. Isso faz com que as pessoas se identifiquem", diz Ingrid.

"Eu costumo dizer que a nossa peça deu certo porque começa no camarim", afirma Heloisa, ilustrando a cumplicidade que mantêm a cada sessão, mesmo depois do sucesso. Ambas atribuem a uniformidade de "Cócegas" à diversidade que desponta na direção do espetáculo. Elas escolheram cinco pessoas para dirigir duas cenas cada uma.

Aloísio de Abreu, Luis Carlos Tourinho, Marcelo Saback, Regis Faria e Sura Berditchevisky ajudaram a moldar cada quadro.

Entre as nove esquetes, há a história da modelo anoréxica que se alimenta de rúcula, gengibre e água para manter a beleza. "É o protótipo de uma modelo da mídia, que deseja atingir padrões que normalmente não são os nossos e acaba descompensando a saúde. É uma crítica a muitas pessoas que querem sucesso imediato", diz Ingrid.

A atriz espera que o público feminino não se sinta ofendido com o fato de a modelo ser paulista. "É porque todas as modelos que se deram bem são de São Paulo ou do Sul do país", justifica.

No quadro seguinte, uma intelectual formada em física quântica mas com curvas de Carla Perez tenta fazer com que a primeira qualidade não apague a segunda. Em outra cena, uma professora de ginástica vende roupa enquanto dá aula para a turma.

Tanto Ingrid quanto Heloisa destacam a importância da afirmação de duas mulheres comediantes. "Isso é uma das coisas que me dão mais alegria. Eu cresci vendo "O Gordo e o Magro", o [Miguel] Falabella e o [Guilherme] Karan. Na história da comédia mundial não me lembro de uma dupla feminina, até porque as mulheres são mais competitivas entre si. Eu e a Helena convivemos muito bem, sabemos o espaço uma da outra", afirma Ingrid. (VS)

CÓCEGAS - De e com: Ingrid Guimarães e Heloisa Périssé. Onde: Tom Brasil (r. Olimpíadas, 66, Vila Olímpia, 3845-2326). Quando: estréia amanhã, às 22h; sex., às 22h; sáb., às 22h30; e dom., às 19h. Quanto: de R$ 30 a R$ 60. Patrocinador: Embratel.
 

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