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09/10/2002 - 02h38

Biografia "Manu Chao" traz viés militante e fascinado

ALCINO LEITE NETO
da Folha de S.Paulo, em Paris

Foi publicada neste ano, na França, a biografia "Manu Chao", escrita pelo jornalista italiano Alessandro Robecchi. Entre os franceses, Manu Chao é uma verdadeira febre. Seus discos vendem às pencas. A biografia acompanha Manu Chao até julho de 2001, aos 40 anos. Nas últimas páginas, conta a sua participação nas manifestações antiglobalização de Gênova (Itália).

Pode parecer muito, mas 40 anos é pouquíssimo para uma existência virar narrativa excepcional, se o biografado não é um Rimbaud ou um Byron. Nossa época carece de vidas romanescas.

O que pode haver de excepcional, além do sucesso, na vida de um rapaz de origem espanhola, criado na França, que se envolve com música e o movimento punk, apresenta-se no metrôs de Paris, assina contrato com uma grande gravadora (Virgin), bate o pé para manter sua independência criativa no show business, tem paixão pela América Latina, identificando-se com os miseráveis do Terceiro Mundo, que defende em suas canções e, por fim, torna-se um mito musical do movimento antiglobalização?

Os fãs de Manu Chao certamente lerão todas as 250 páginas do livro com grande curiosidade. Mas, para quem não tem fascinação especial pelo compositor, a biografia só faria sentido se ela tivesse um ambicioso tratamento jornalístico, revelando na trajetória particular de Manu Chao um retrato de sua geração e de sua época.

Não é o caso. A escrita de Robecchi é convencional, apressada e laudatória. Sua observação é fascinada, e seu comentário, militante. Poucas passagens deixam a impressão de que o autor foi suficientemente objetivo para poder ver o que enriquece a existência, até a mais banal _suas contradições.

MANU CHAO. De: Alessandro Robecchi. Editora: Plon. Quanto: cerca de R$ 55 (254 págs.). Onde encontrar: www.amazon.fr.
 

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