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16/10/2002 - 00h40

Microssérie "Cidade dos Homens" faz crítica social com humor

CARLA NASCIMENTO
da Folha Online

Na esteira do sucesso do filme "Cidade de Deus" nos cinemas, a Globo exibiu na noite desta terça o primeiro episódio da microssérie "Cidade dos Homens". A série é um desdobramento do episódio "Palace 2" , produção da O2 Filmes, exibido no final de 2001 na emissora, dentro da série "Brava Gente".

O episódio serviu como ensaio para o filme "Cidade de Deus", uma co-produção da mesma produtora com a GloboFilmes e a Video Filmes.

A comparação com o filme de Fernando Meirelles, em cartaz nas salas de cinema do país, é inevitável. O filme, o livro de Paulo Lins -que deu origem ao filme- e a microssérie dividem os mesmos personagens.

Com quatro episódios assinados por diversos diretores e roteiristas, a série da Globo tem como protagonistas Laranjinha e Acerola, personagens que, apesar de não terem destaque, existem nas obras de Lins e Meirelles.

Os atores da atração da Globo também são dos grupos Nós do Morro e Nós do Cinema, cujos integrantes compuseram a maior parte do elenco do filme que já passou da barreira de 1 milhão de espectadores no cinema. Douglas Silva (Acerola) e Darlan Cunha (Laranjinha) interpretaram Dadinho e Filé com Fritas, respectivamente, no cinema.

Apesar de todas as referências, "Cidade dos Homens" tem no humor sutil e na linguagem mais leve o seu grande diferencial com relação ao filme.

O primeiro episódio, "A Coroa do Imperador", com direção de Cesar Charlone e roteiro do próprio Charlone, de Fernando Meirelles e de Jorge Furtado, apresenta o cotidiano dos garotos e fala mais sobre a vida na favela, que não é restrita ao tráfico.

O episódio começa com uma lição de história. A partir disso, usa-se o imaginário dos personagens para dar leveza à trama, já que os garotos fazem uma analogia entre a guerra de traficantes e as batalhas napoleônicas.

Em meio a isso, a microssérie diz, por meio das falas de Laranjinha e Acerola e de recursos de animação e publicidade, o que o filme mostrou em imagens que primaram pela crueza: o abismo que existe entre os cidadãos (os do asfalto) e os párias da sociedade (os do morro).

"Eles pagam pouco, é por isso que ganham muito", ou "lá eles escolhem quem manda neles. Aqui já está escolhido", diz Acerola, se referindo às diferenças sociais e ao tráfico.

O único momento que foge ao humor é quando os garotos dão depoimentos aparentemente reais sobre situações de violência vividas por eles. O recurso para isso é interessante também porque eles aparecem vendo seus próprios depoimentos.

A microssérie será exibida até a próxima sexta-feira, dia 18, e tem como diretores e roteiristas Fernando Meirelles, Katia Lund, Jorge Furtado, Paulo Lins, Cesar Charlone, Guel Arraes e Regina Casé, em sua estréia como diretora. Os músicos MV Bill e Dado Vila-Llobos participaram da trilha de algumas histórias.

Com cerca de 30 minutos de duração cada um, os episódios da série marcam o início da parceria da emissora com produtoras independentes neste caso. Os episódios vão ao ar após os programas "A Grande Família", "Linha Direta" e "Globo Repórter".
 

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