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18/10/2002 - 11h17

Cineasta russo Sokúrov expõe cinema "espiritual' em 31 obras

ALVARO MACHADO
do Guia da Folha

As emoções podem ser refinadas até limites desconhecidos. Essa é uma das funções da literatura, do teatro, da pintura, da música, e também de um cinema que conjuga e potencializa essas artes clássicas, assinado pelo russo Aleksandr Sokúrov, 51.

Na contramão do embrutecimento dos sentidos proposto por Hollywood e imitadores, Sokúrov realça detalhes. No extremo oposto dos tempos velozes e do cinema de montagem, o diretor exercita planos longos que recordam Tarkóvski, Bresson, Mizoguchi e Dreyer. Seu cinema tem sido classificado como "espiritual" por teóricos como Paul Schrader. Talvez porque seu tempo cinematográfico proporcione espaços para a individualidade e o espírito do espectador respirarem.

Para isso, o diretor considera, além da cultura européia, a sensibilidade oriental ("Os Dias do Eclipse") e a cultura japonesa ("Dolce..." e "Elegia Oriental"). E, por isso, deixar a mente vaguear até se ancorar em algum elemento da projeção pode ser uma via de ingresso.

Mas Sokúrov também possui olhar sensual, como se vê no longo documentário "Obediência", sobre a Marinha russa; em sua "pintura", executada com luzes e lentes sobre a película fílmica; na arquitetura de sons e música. E pode ser para lá de moderno, como na câmera-periscópio do Hermitage e da história russa ("Arca Russa").

Para o cinéfilo atento, a contemplação de 31 filmes de Sokúrov pode significar o acesso a um novo mundo intelectual e espiritual.

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