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20/10/2002
-
07h31
free-lance para a Folha de S. Paulo
Muitos desenhos animados japoneses têm origem nos quadrinhos produzidos no país (mangás), que servem de teste para futuras séries de TV.
Talvez o mais ilustre fã do gênero no Ocidente seja Gendy Tartakoviski, criador de "Laboratório de Dexter" e "Meninas Superpoderosas", séries repletas de referências ao pop nipônico.
A influência encontrou seu expoente máximo na nova série de Tartakoviski, "Samurai Jack", tributo estético aos maneirismos e clichês do gênero.
Mas é fato que muito do que de melhor é produzido no Oriente não chega a nós.
Obras de autores como Miyazaki estão restritas aos fã-clubes que importam "animes". Filtrando as séries comercialóides (Pokémons, Digimons e afins) que infestam a TV atualmente, restam bons desenhos que valem ser lembrados.
Quem abriu o caminho foi "Astro Boy" ("Tetsuwan Atom"), criação do quadrinista Osamu Tesuka. Em 1963, foi a primeira série animada produzida no Japão e teve 193 episódios. Tesuka criou também outros dois "animes" populares no Brasil: "A Princesa e o Cavaleiro" e o leãozinho "Kimba".
Outra série de sucesso foi "Speed Racer" ("Mach Go Go Go", no original), sobre as aventuras de um piloto e seu carro de corrida.
A série, de 1967, é cultuada e já passou até na MTV. A extinta Rede Manchete teve papel importante na popularização dos "animes" no país.
De todas as séries que exibiu, talvez a mais célebre seja "Patrulha Estelar" produzida em 1974 e mostrada 11 anos mais tarde no primeiro programa infantil de Xuxa Meneghel.
Nela, o encouraçado Yamato, afundado na Segunda Guerra Mundial, era restaurado e transformado numa espaçonave de batalha que defendia a Terra de invasores. Depois disso, os "animes" sofreram do descaso total das emissoras. Incapazes de compatibilizar seu formato (de histórias longas, quase como novelas), os canais exibiam episódios fora de ordem e muitas vezes nem sequer mostravam o final.
Foi assim com "Zillion", que marcou as manhãs de domingo da Globo nos anos 80, e "Macross", que só foi exibida decentemente na CNT. Nos anos 90, novamente a Manchete voltaria a dar atenção a esses desenhos. Tanto que um de seus últimos trunfos foi o fenômeno "Cavaleiros do Zodíaco", um "anime" mediano, mas que caiu como uma bomba num público sedento de novidades.
"Cavaleiros" abriu caminho para sagas como "Dragon Ball" e "Gundam", entre outras. Resta esperar que as emissoras escolham melhor as séries que vão exibir. Afinal, nem todo "anime" limita-se apenas a ser uma propaganda de brinquedos diária. O melhor do gênero ainda permanece desconhecido do público brasileiro.
Primeiro desenho japonês é de 1963; veja retrospectiva
JOSÉ AGUIARfree-lance para a Folha de S. Paulo
Muitos desenhos animados japoneses têm origem nos quadrinhos produzidos no país (mangás), que servem de teste para futuras séries de TV.
Talvez o mais ilustre fã do gênero no Ocidente seja Gendy Tartakoviski, criador de "Laboratório de Dexter" e "Meninas Superpoderosas", séries repletas de referências ao pop nipônico.
A influência encontrou seu expoente máximo na nova série de Tartakoviski, "Samurai Jack", tributo estético aos maneirismos e clichês do gênero.
Mas é fato que muito do que de melhor é produzido no Oriente não chega a nós.
Obras de autores como Miyazaki estão restritas aos fã-clubes que importam "animes". Filtrando as séries comercialóides (Pokémons, Digimons e afins) que infestam a TV atualmente, restam bons desenhos que valem ser lembrados.
Quem abriu o caminho foi "Astro Boy" ("Tetsuwan Atom"), criação do quadrinista Osamu Tesuka. Em 1963, foi a primeira série animada produzida no Japão e teve 193 episódios. Tesuka criou também outros dois "animes" populares no Brasil: "A Princesa e o Cavaleiro" e o leãozinho "Kimba".
Outra série de sucesso foi "Speed Racer" ("Mach Go Go Go", no original), sobre as aventuras de um piloto e seu carro de corrida.
A série, de 1967, é cultuada e já passou até na MTV. A extinta Rede Manchete teve papel importante na popularização dos "animes" no país.
De todas as séries que exibiu, talvez a mais célebre seja "Patrulha Estelar" produzida em 1974 e mostrada 11 anos mais tarde no primeiro programa infantil de Xuxa Meneghel.
Nela, o encouraçado Yamato, afundado na Segunda Guerra Mundial, era restaurado e transformado numa espaçonave de batalha que defendia a Terra de invasores. Depois disso, os "animes" sofreram do descaso total das emissoras. Incapazes de compatibilizar seu formato (de histórias longas, quase como novelas), os canais exibiam episódios fora de ordem e muitas vezes nem sequer mostravam o final.
Foi assim com "Zillion", que marcou as manhãs de domingo da Globo nos anos 80, e "Macross", que só foi exibida decentemente na CNT. Nos anos 90, novamente a Manchete voltaria a dar atenção a esses desenhos. Tanto que um de seus últimos trunfos foi o fenômeno "Cavaleiros do Zodíaco", um "anime" mediano, mas que caiu como uma bomba num público sedento de novidades.
"Cavaleiros" abriu caminho para sagas como "Dragon Ball" e "Gundam", entre outras. Resta esperar que as emissoras escolham melhor as séries que vão exibir. Afinal, nem todo "anime" limita-se apenas a ser uma propaganda de brinquedos diária. O melhor do gênero ainda permanece desconhecido do público brasileiro.
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