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25/10/2002 - 03h07

Coleção traz seis filmes e extras raros de Mojica Marins

IVAN FINOTTI
da Folha de S.Paulo

Um ano e meio depois de ter três de seus filmes lançados em DVD por uma empresa norte-americana, o cineasta maldito José Mojica Marins ganha uma caixa com seis títulos em território nacional.

Mais do que isso, a "Coleção Zé do Caixão", lançada pelo selo Cinemagia (distribuidora WTF), foi concebida com extremo cuidado. Cada DVD traz extras raros e interessantes, como trailers originais, galerias de fotos, músicas, histórias em quadrinhos, artigos etc.

Se a caixa é fundamental para qualquer fanático por cinema brasileiro, os fãs do trash também não vão se decepcionar. Não foram esquecidas, por exemplo, nem as imagens do maior corte de unhas do mundo, empreendido por Mojica em março de 1998, acompanhado por música ao vivo do Sepultura.

Os discos também trazem entrevistas com colaboradores, produtores, atores, técnicos, familiares e cineastas. Entre eles estão os diretores Carlos Reichenbach e Ivan Cardoso, o roteirista Rubens Francisco Lucchetti, o crítico Rubens Ewald Filho e o pesquisador Carlos Primati, um dos responsáveis pelo projeto da caixa.

Além disso, a capa de cada título foi recriada por artistas gráficos, como Kipper e Cobiaco. Os cartazes originais, entretanto, estão reproduzidos internamente, retratando sua época.

Abaixo, um pouco sobre cada filme e os extras da coleção:

"À Meia-Noite Levarei Sua Alma" (64)

Filmado em três semanas -com dinheiro arrecadado por seus alunos, pais e pelo próprio Mojica, que vendeu até os móveis de sua casa para produzi-lo-, a estréia de Zé do Caixão é o maior clássico do terror nacional. O DVD traz dois bons extras: um deles é a refilmagem de uma das cenas feita por Mojica este ano. O outro é o raríssimo curta "Reino Sangrento" (1952), descoberto há dois anos nos porões da Cinemateca Brasileira.

"Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver" (67)

Alucinada continuação do filme anterior, Zé do Caixão desce ao inferno de gelo. Fita mais popular de Mojica, causou sensação por virar colorida nas cenas do inferno. Extra: documentário de 26 minutos "O Universo de Mojica Marins" (78), de Ivan Cardoso.

"O Estranho Mundo de Zé do Caixão" (68)

Três histórias de terror baseadas no programa de televisão de Mojica na TV Bandeirantes. Extra: "Pesadelo Macabro" (68), outro episódio baseado nos programas de TV, inicialmente parte do filme "Trilogia de Terror", dirigido em conjunto por Mojica, Ozualdo Candeias e Luiz Sérgio Person.

"O Despertar da Besta" (70)

O filme mais maldito do diretor, também conhecido como "Ritual dos Sádicos", ficou 15 anos interditado pela censura federal. Mojica traz o terror para a cidade de São Paulo, misturando tráfico de drogas, assédio sexual, espancamentos por policiais e alucinações movidas a LSD. Extra: documentário de 15 minutos "Fogo Fátuo" (80), de Goffredo Telles Neto.

"Finis Hominis" (71)

Melhor realização de Mojica sem o personagem Zé do Caixão, Finis Hominis é um andarilho que muda a vida das pessoas com seus poderes sobrenaturais. Extra: documentário autobiográfico "Demônios e Maravilhas", dirigido por Mojica em 76 e finalizado em 87, com 50 minutos.

"Delírios de um Anormal" (78)

Espécie de colagem com todas as cenas então censuradas dos filmes anteriores de Mojica. Apesar disso, a censura o liberou e o filme ganhou um prêmio no Festival de Brasília de 78. Extras: documentário de 40 minutos "Horror Palace Hotel" (78), do cineasta e crítico Jairo Ferreira, filmado neste mesmo festival, com depoimentos etílicos de diversos diretores.
 

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