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11/11/2002
-
23h48
da Folha de S.Paulo
Uma inesperada série de filmes religiosos com temática homossexual é a principal atração do 10º Festival Mix Brasil de Diversidade Sexual, festival de cinema e vídeo que começa hoje em São Paulo e vai até o dia 24 deste mês.
Entre os filmes religiosos estão "Temendo a Deus", que investiga a vida de judeus ortodoxos homossexuais, e "O Diabo na Água Benta", documentário sobre o conflito entre o Vaticano e a Parada do Orgulho Gay em Roma.
Outras fitas com a mesma temática são "Tarik El Hob - Gay e Muçulmano", sobre um parisiense muçulmano que resolve pesquisar a homossexualidade entre os seguidores de sua religião, e o curta "Jesus Te Chama", que mostra um casal de evangélicos tentando convencer um rapaz a deixar de ser gay. O curta está dentro da sessão "Sexy Boys", enquanto os três longas têm sessões exclusivas.
Apesar de não ser maioria no festival, e nem mesmo ter um programa específico, os filmes religiosos devem trazer alguma polêmica para esse 10º Mix Brasil, conforme diz o diretor do evento, André Fischer.
"A idéia sempre foi desmistificar, acabar com o preconceito e dar visibilidade ao assunto. A cada ano, temos que avançar na temática, criar mais polêmicas. Quando você acha que tudo foi dito, surge mais", fala Fischer.
"O interessante da produção sobre religião é que ela não existia há alguns poucos anos. Esses filmes são de 2001 e 2002, e mostram uma nova tendência."
Olhares sobre religiões à parte, o 10º Mix Brasil traz 149 produções de 17 países, sendo que um terço dos filmes é brasileiro. Além da mostra competitiva, com 10 curtas nacionais (com 142 inscritos), haverá uma série de retrospectivas, como a de Andy Warhol, a de Marcelona (personagem do perfomer Marcelo Ferrari) e a Memória Nacional, de filmes antigos.
Também estão programadas sessões com o melhor do festival de cinema gay de Nova York e os documentários dirigidos por Kristiene Clark, a primeira transexual britânica.
Pela primeira vez em seus dez anos, o Mix Brasil começa pela periferia da cidade. Após a abertura de hoje no Vitrine, as exibições começam amanhã em São Miguel Paulista.
A diversão estará garantida na próxima segunda, quando Marisa Orth apresenta o tradicional Show do Gongo. Serão exibidos filmes amadores de até 10 minutos, inscritos na hora. Após trinta segundos de exibição, a platéia vaia (e interrompe o filme) ou aplaude (e assiste até o fim). Acontece no CineSesc, às 21h.
O Mix Brasil tem patrocínio do Banco do Brasil, Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e Ministério da Saúde.
Festival Mix Brasil de Diversidade Sexual começa hoje
IVAN FINOTTIda Folha de S.Paulo
Uma inesperada série de filmes religiosos com temática homossexual é a principal atração do 10º Festival Mix Brasil de Diversidade Sexual, festival de cinema e vídeo que começa hoje em São Paulo e vai até o dia 24 deste mês.
Entre os filmes religiosos estão "Temendo a Deus", que investiga a vida de judeus ortodoxos homossexuais, e "O Diabo na Água Benta", documentário sobre o conflito entre o Vaticano e a Parada do Orgulho Gay em Roma.
Outras fitas com a mesma temática são "Tarik El Hob - Gay e Muçulmano", sobre um parisiense muçulmano que resolve pesquisar a homossexualidade entre os seguidores de sua religião, e o curta "Jesus Te Chama", que mostra um casal de evangélicos tentando convencer um rapaz a deixar de ser gay. O curta está dentro da sessão "Sexy Boys", enquanto os três longas têm sessões exclusivas.
Apesar de não ser maioria no festival, e nem mesmo ter um programa específico, os filmes religiosos devem trazer alguma polêmica para esse 10º Mix Brasil, conforme diz o diretor do evento, André Fischer.
"A idéia sempre foi desmistificar, acabar com o preconceito e dar visibilidade ao assunto. A cada ano, temos que avançar na temática, criar mais polêmicas. Quando você acha que tudo foi dito, surge mais", fala Fischer.
"O interessante da produção sobre religião é que ela não existia há alguns poucos anos. Esses filmes são de 2001 e 2002, e mostram uma nova tendência."
Olhares sobre religiões à parte, o 10º Mix Brasil traz 149 produções de 17 países, sendo que um terço dos filmes é brasileiro. Além da mostra competitiva, com 10 curtas nacionais (com 142 inscritos), haverá uma série de retrospectivas, como a de Andy Warhol, a de Marcelona (personagem do perfomer Marcelo Ferrari) e a Memória Nacional, de filmes antigos.
Também estão programadas sessões com o melhor do festival de cinema gay de Nova York e os documentários dirigidos por Kristiene Clark, a primeira transexual britânica.
Pela primeira vez em seus dez anos, o Mix Brasil começa pela periferia da cidade. Após a abertura de hoje no Vitrine, as exibições começam amanhã em São Miguel Paulista.
A diversão estará garantida na próxima segunda, quando Marisa Orth apresenta o tradicional Show do Gongo. Serão exibidos filmes amadores de até 10 minutos, inscritos na hora. Após trinta segundos de exibição, a platéia vaia (e interrompe o filme) ou aplaude (e assiste até o fim). Acontece no CineSesc, às 21h.
O Mix Brasil tem patrocínio do Banco do Brasil, Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e Ministério da Saúde.
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