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12/11/2002
-
10h11
Folha de S.Paulo
A história começa em 1833, quando o francês radicado no Brasil Antoine Hercule Romuald Florence realiza, em Campinas, experiências fotoquímicas que culminam na descoberta da fotografia. Coube ao pesquisador Boris Kossoy, em 1979, comprovar esses dados e abalar a história oficial da fotografia.
Pesquisador inquieto, Kossoy, professor titular do departamento de jornalismo da USP, lança hoje seu "Dicionário Histórico-Fotográfico Brasileiro (1833-1910)". Fruto de uma pesquisa realizada ao longo de 20 anos em todo território nacional, a obra reúne em torno de 900 verbetes e traz à luz mais de 800 fotógrafos que estiveram em atividade no Brasil no período de 1833 a 1910.
Na segunda metade do século 19, estrangeiros chegavam ao Brasil com complicados e pesados equipamentos e excursionavam sobre lombo de burro por diversas províncias anunciando seu trabalho em jornais locais, tal como o anúncio de José Severino Soares, publicado no "O Estado de Goyaz", em 1893: "Ha já muito tempo que não existe photographo em Goyaz, portanto o povo não deve perder a occasião de se mandar produzir retratos tanto de vivos como de fallecidos".
Esse tipo de anúncio foi uma das principais fontes de pesquisa para Kossoy e sua equipe.
Ao organizar com rigor técnico os dados, Kossoy oferece o fio da meada para que pesquisadores possam desenrolar mais histórias perdidas.
Outro mérito do dicionário é "desfazer a noção de que nesse período havia no Brasil apenas uns 15 ou 20 fotógrafos. A maior parte dos verbetes relaciona profissionais que fotografavam o povo. É a história dos anônimos", conta Kossoy.
A leitura dos verbetes ativa a imaginação e faz pensar na aura de magia que cercou a descoberta da fotografia. Isso era o que oferecia o irlandês Frederic Walter, ao desembarcar em Fortaleza (CE), em 1847, com "aparelhagem de daguerreótipo e diversos instrumentos de mágica". Está aberta a porta para velhas, desconhecidas e fascinantes histórias.
DICIONÁRIO HISTÓRICO-FOTOGRÁFICO BRASILEIRO (1833-1910)
Autor: Boris Kossoy
Editora: Instituto Moreira Salles
Lançamento: hoje, às 19h, no Instituto Moreira Salles (rua Piauí, 844, SP; tel. 0/xx/11/3825-2560)
Quanto: R$ 78 (408 págs.)
Livro revela fotógrafos anônimos e pioneiros
EDER CHIODETTOFolha de S.Paulo
A história começa em 1833, quando o francês radicado no Brasil Antoine Hercule Romuald Florence realiza, em Campinas, experiências fotoquímicas que culminam na descoberta da fotografia. Coube ao pesquisador Boris Kossoy, em 1979, comprovar esses dados e abalar a história oficial da fotografia.
Pesquisador inquieto, Kossoy, professor titular do departamento de jornalismo da USP, lança hoje seu "Dicionário Histórico-Fotográfico Brasileiro (1833-1910)". Fruto de uma pesquisa realizada ao longo de 20 anos em todo território nacional, a obra reúne em torno de 900 verbetes e traz à luz mais de 800 fotógrafos que estiveram em atividade no Brasil no período de 1833 a 1910.
Na segunda metade do século 19, estrangeiros chegavam ao Brasil com complicados e pesados equipamentos e excursionavam sobre lombo de burro por diversas províncias anunciando seu trabalho em jornais locais, tal como o anúncio de José Severino Soares, publicado no "O Estado de Goyaz", em 1893: "Ha já muito tempo que não existe photographo em Goyaz, portanto o povo não deve perder a occasião de se mandar produzir retratos tanto de vivos como de fallecidos".
Esse tipo de anúncio foi uma das principais fontes de pesquisa para Kossoy e sua equipe.
Ao organizar com rigor técnico os dados, Kossoy oferece o fio da meada para que pesquisadores possam desenrolar mais histórias perdidas.
Outro mérito do dicionário é "desfazer a noção de que nesse período havia no Brasil apenas uns 15 ou 20 fotógrafos. A maior parte dos verbetes relaciona profissionais que fotografavam o povo. É a história dos anônimos", conta Kossoy.
A leitura dos verbetes ativa a imaginação e faz pensar na aura de magia que cercou a descoberta da fotografia. Isso era o que oferecia o irlandês Frederic Walter, ao desembarcar em Fortaleza (CE), em 1847, com "aparelhagem de daguerreótipo e diversos instrumentos de mágica". Está aberta a porta para velhas, desconhecidas e fascinantes histórias.
DICIONÁRIO HISTÓRICO-FOTOGRÁFICO BRASILEIRO (1833-1910)
Autor: Boris Kossoy
Editora: Instituto Moreira Salles
Lançamento: hoje, às 19h, no Instituto Moreira Salles (rua Piauí, 844, SP; tel. 0/xx/11/3825-2560)
Quanto: R$ 78 (408 págs.)
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