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29/11/2002 - 06h46

Cordel do Fogo Encantado mostra seu segundo CD

ADRIANA FERREIRA
do Guia da Folha

Quem se acostumou a ouvir a poesia singela do Cordel do Fogo Encantado vai se surpreender com sua nova fase. A banda saiu de uma pequena cidade no sertão de Pernambuco e mostra em shows hoje (dia 29) e amanhã, no Sesc Pompéia, o resultado de suas andanças pelo mundo registradas no CD novo, "O Palhaço do Circo Sem Futuro".

"Começamos a compor este disco no momento em que deixamos Arcoverde. Por isso, ele tem o olhar do retirante, conflituoso e, em alguns momentos, até de desespero", diz o vocalista Lirinha. Até os 22 anos, Lirinha, agora com 26, nunca havia saído da cidade. Por isso, segundo ele, o trabalho de estréia registrava de maneira bem clara os ritmos tradicionais da região.

Neste, tudo está diluído. Estão lá a poesia e a percussão, que marca ainda mais acentuadamente a sonoridade do grupo, mas, agora, com um caráter de experimentação.

"Ampliamos o número de instrumentos de percussão e tentamos explorá-los ao máximo", diz o vocalista. "Foi uma busca pela inventividade que torna difícil definir o que estamos fazendo. Não é rock, mas também já não se enquadra no resgate dos ritmos regionais", conta.

Eles, no entanto, se mantêm fiéis à tradição da oralidade nordestina, que tanto impressiona em suas performances ao vivo. Mas as letras, como a da faixa-título ou o trecho de uma poesia de João Cabral de Melo Neto, mostram que os rapazes perderam a inocência. "A intenção era a de provocar aflição mesmo. Buscamos referências na tragédia grega", fala Lirinha.

O disco, para o vocalista, é apenas o registro do áudio de um espetáculo que retoma as origens da banda, a de um grupo de teatro. "Tentamos trazer os elementos do teatro para este novo show, composto por poesia, percussão, cenários e efeitos de luz", diz ele. A deixa é instigante.

CORDEL DO FOGO ENCANTADO
Onde: Sesc Pompéia - choperia (r. Clélia, 93, Pompéia, tel. 3871-7700)
Quando: hoje e amanhã: 21h
Quanto: R$ 15
 

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