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06/12/2002 - 01h40

Sepultura exorciza o passado com CD de covers

da Folha de S. Paulo

"The Hunt", do New Model Army, gravada em 1994 para o álbum "Chaos A.D.", era um aviso. Oito anos depois, com o norte-americano Derrick Green já consolidado nos vocais, o Sepultura volta a apostar num repertório de covers pouco ortodoxos com o lançamento neste mês de "Revolusongs", pela também nova gravadora FNM.

Às vésperas do lançamento de um novo álbum de inéditas, "Revolusongs", prensado em CD e em vinil, é um presente de alcance incerto para a legião de fãs do metal pesado e de início até satanista do Sepultura: versões para faixas de U2, Devo, Massive Attack... "O cover sempre foi uma grande escola para mim. Tirei muita música, treinei o ouvido tocando covers. Sem contar que podemos testar novas possibilidades para o vocal do Derrick", explica o guitarrista Andreas Kisser.

"Eu não diria que isso chega a influenciar o som do Sepultura. Influência você tem as mais diversas, mas acaba traduzindo ela na forma em que você está tocando, é mais orgânico", emenda o baterista Igor Cavalera, admirador confesso das batidas eletrônicas de Roni Size Reprazent e DJ Patife. "Acho que tem muita gente que vai torcer o nariz, mas isso acontece desde o começo da banda. É natural que a gente ganhe e perca público de um disco para o outro", completa Kisser.

Quase cinco anos após a saída de Max Cavalera, com dois discos lançados desde então, "Against" (98) e "Nation" (2001), o Sepultura se diz hoje mais forte do que nunca. "O próximo disco [já em pré-produção e com lançamento previsto para maio de 2003 pela FNM] vai ter músicas mais curtas, mais centrado na própria banda e retomando uma sonoridade mais direta como foi 'Chaos A.D.'", afirma o guitarrista.

"O metal, principalmente depois do Korn, está muito saturado. As fórmulas estão todas ali, é só pegar e montar", aponta Kisser. "Poderíamos até ter feito um 'nu-metal' quando gravamos o Public Enemy ['Black Steel in the Hour of Chaos'] para o 'Revolusongs'. Tem metal e rap também. Mas fomos para outro lado. O negócio é inovar."

Derrick Green, o velho novo vocalista, também está com a corda toda: "Já estou tocando bem mais guitarra. Vou adicionar algo diferente no próximo álbum. Hoje as pessoas já sabem que não estou tentando ser igual ao Max e temos mais oportunidade de nos apresentar outra vez para a mídia, de um jeito que não pôde ser feito no passado", diz o americano, que, de tão brasileiro, já está até lendo Machado de Assis. (DIEGO ASSIS)
 

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