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09/12/2002 - 03h22

Mostra traça construção da identidade iconográfica do Brasil

FABIO CYPRIANO
free-lance para a Folha

Se considerarmos que obras de arte representam também o material genético de uma nação, as 131 obras em cartaz a partir de hoje, na mostra "Imagem e Identidade: Um Olhar sobre a História", poderiam ser consideradas como parte essencial do DNA da arte brasileira.

A exposição é composta apenas por peças do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), do Rio, que, pela primeira vez, cede parte substantiva de seu acervo para outra mostra. Por meio de tais obras, segundo Marcus Lontra, curador da mostra, "é possível conhecer todo o processo civilizatório brasileiro".

Criado em 1937, o MNBA abriga principalmente obras do século 19, já que a instituição substituiu a Academia de Belas Artes, principal formadora de artistas no período. A Academia, duramente criticada pelo modernistas, era considerada um retrocesso frente às novas expressões artísticas no início do século. Só recentemente, artistas como Giovanni Castagneto (1851-1900), Rodolfo Amoedo (1857-1941) e Belmiro de Almeida (1858-1935), todos na mostra, passaram a ganhar relevância.

"Desde o início do século 20, foi disseminado um horror à Academia e fomos criados com essa mentalidade. Quem visita o Museu Nacional pode perceber que as obras do século 19 representam um projeto autônomo de país", afirma o curador.

Para ilustrar tal construção da identidade iconográfica brasileira, Lontra dividiu os 1.500 m2 do Instituto Cultural Banco Santos em sete módulos, apresentando em cada um deles pérolas da coleção do MNBA. Na primeira sala, o destaque é "Primeira Missa no Brasil" (1860), de Vítor Meireles. É a primeira vez que a tela de 3,5 metros de largura sai do museu. "Tentamos trazer a "Missa" para o Redescobrimento. Só agora, em uma parceria com o MNBA, nos comprometemos a restaurar a obra e foi possível trazê-la", diz Edemar Cid Ferreira, presidente do Instituto Cultural.

A mostra apresenta ainda outros destaques do acervo do MNBA, como uma gravura de Rembrandt e uma tela de Tiepolo. O percurso termina com esculturas de Amílcar de Castro e Franz Weissmann. "Eles são nossos últimos escultores. Como a mostra é realizada com obras do MNBA, eles representam artistas que se pode classificar nas belas-artes", diz Lontra.


IMAGEM E IDENTIDADE: UM OLHAR SOBRE A HISTÓRIA
Curadoria: Marcus Lontra
Onde: Instituto Cultural Banco Santos (r. Hungria, 1.100, SP, tel. 0/xx/11/3818-9591)
Quando: abertura hoje e amanhã (para convidados); de ter. a sex., das 10h às 18h, sáb. e dom., das 10h às 17h. Até 2/3/2003.
Quanto: entrada franca
Patrocínio: Banco Santos
 

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