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14/12/2002 - 05h04

"Ondas" de Burle Marx ganham Madri em 2003

FABIO CYPRIANO
free-lance para a Folha

Burle Marx ganha Madri em 2003. Uma réplica de 400 metros da calçada de Copacabana, no Rio, desenhada por ele, além de uma mostra dedicada ao paisagista, serão apresentadas na capital espanhola no ano que vem, revelou à Folha Juan Manuel Bonet, responsável pela mostra modernista brasileira "Da Antropofagia a Brasília", em cartaz na Faap, e que já esteve em Valência.

A réplica da calçada será instalada no parque do Retiro. Vai ligar um jardim com motivos de Burle Marx a um outro espaço que abrigará gravuras e desenhos do brasileiro. O evento tem curadoria de Ivo Mesquita e Isabel Duprat.

Leia a seguir trechos da entrevista que o espanhol Bonet, diretor do Museu Reina Sofia de Arte Contemporânea, de Madri, concedeu à Folha, na qual ele fala de Burle Marx e do projeto do museu Guggenheim no Rio.

Folha - Está prevista uma mostra de Burle Marx em 2003. Por quê?
Juan Manuel Bonet -
Isso é uma aposta pessoal. Quando organizamos a mostra em Valência, gostaríamos que Burle Marx ocupasse uma posição especial com um jardim. Isso não foi possível e fiquei com a idéia na cabeça. Assim, organizar sua mostra é como fazer o capítulo dois, agora tendo Ivo Mesquita e Isabel Duprat como curadores. A mostra irá ocupar dois espaços do museu no parque do Retiro. Um é o Palácio de Cristal, uma antiga estufa, onde será construído um jardim imaginário de Burle Marx. Uma calçada de 400 metros, como a de Copacabana, que é um desenho dele, irá ligar esse jardim ao outro local da exposição, o palácio de Velázquez, onde estarão expostas maquetes, desenhos, gravuras. Será a primeira vez que um jardim é montado numa exposição de Burle Marx, apesar de o MoMA já ter dedicado uma mostra a ele.

Folha - O Guggenheim tem grandes chances de ganhar uma filial no Rio. O senhor considera positiva a experiência da filial em Bilbao?
Bonet -
Estive na comissão consultiva para a filial de Bilbao. Há aspectos que mostram que Bilbao tem sido muito mais receptor dos projetos da matriz do que efetivamente produtor. No entanto, há sem dúvida um aspecto positivo para o País Basco, que foi colocar Bilbao no mapa das artes, mas isso o Rio de Janeiro não precisa. Sabemos que a orientação do museu é excessivamente comercial e suas mostras estão mais para o espetáculo do que para a arte, como a das motos. Mas ele trouxe também boas mostras. Tenho sentimentos muito divididos em relação a esse tema.
 

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