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16/12/2002
-
13h44
FERNANDA MENA
da Folha de S. Paulo
Não é de hoje que o fenômeno das boy bands está em franca decadência, mas 2002 foi o ano em que desceram de vez a ladeira. Nenhum dos três grupos de garotos mais famosos do gênero teen pop (Backstreet Boys, N'Sync e Westlife) lançou nada, a não ser coletâneas. Para completar, seus últimos CDs e shows não venderam tanto quanto suas gravadoras, sedentas por milhares de doletas, esperavam.
Entre os grupos de garotas, a coisa também não foi nada próspera. As Spice Girls estão sumidas do mapa desde 2000, quando suas integrantes resolveram partir para carreiras solo, e as meninas do All Saints também não deram muito as caras nas paradas -lançaram apenas uma coletânea caça-níqueis.
E isso tem uma explicação: a adolescência é a fase mais curta da vida, ou seja, todo ídolo de teen pop envelhece, e todo fã de teen pop também.
Kevin Richardson, dos BSB, já bateu na casa dos 30 anos. Victoria Adams e Mel C, das Spice Girls, estão quase lá. E todos, muito provavelmente, gostam da fama e do dinheiro que ela traz, mas já devem estar cansados de se fantasiarem de teens para servirem de fantoches da indústria pop, conquistando fãs na base do marketing e aguentando a chacota da crítica.
Tudo isso leva artistas engajados em temas confessionais e de amor a buscar novos nichos. É o caso de Alanis Morissette, que voltou às paradas com "Under Rug Swept". Ou o da australiana Kilie Minogue, uma mezzo Madonna mezzo Britney Spears dos anos 80, que voltou com o divertido "Fever".
Enquanto isso, o gênero teen pop se segura como pode com o fôlego de gente como Britney Spears -que em 2002 preferiu o cinema à música- e Robbie Williams, que lançou o competente "Escapology".
Christina Aguilera ganhou destaque durante 2002 -seja pela rivalidade confessa a Britney, seja pelo disco "Stripped", cheio de hits animados. A grande novidade ficou por conta de Avril Lavigne, uma canadense guitarrista e skatista que faz a linha rebelde e, talvez por isso mesmo, seja a mais carismática de todas as artistas do gênero teen pop.
No Brasil, Sandy e Júnior, na tentativa de abocanhar o mercado internacional, foram tragados por ele ao lançarem o infeliz "Internacional". Wanessa Camargo se perdeu em melodias chatinhas. E a novata Kelly Key conquistou teens com o hit "Baba" e a torcida do Corinthians com a capa da revista "Playboy".
Vote agora nos melhores CDs nacionais e internacionais de 2002
Fenômeno das "boy bands" chega este ano à decadência
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da Folha de S. Paulo
Não é de hoje que o fenômeno das boy bands está em franca decadência, mas 2002 foi o ano em que desceram de vez a ladeira. Nenhum dos três grupos de garotos mais famosos do gênero teen pop (Backstreet Boys, N'Sync e Westlife) lançou nada, a não ser coletâneas. Para completar, seus últimos CDs e shows não venderam tanto quanto suas gravadoras, sedentas por milhares de doletas, esperavam.
Entre os grupos de garotas, a coisa também não foi nada próspera. As Spice Girls estão sumidas do mapa desde 2000, quando suas integrantes resolveram partir para carreiras solo, e as meninas do All Saints também não deram muito as caras nas paradas -lançaram apenas uma coletânea caça-níqueis.
E isso tem uma explicação: a adolescência é a fase mais curta da vida, ou seja, todo ídolo de teen pop envelhece, e todo fã de teen pop também.
Kevin Richardson, dos BSB, já bateu na casa dos 30 anos. Victoria Adams e Mel C, das Spice Girls, estão quase lá. E todos, muito provavelmente, gostam da fama e do dinheiro que ela traz, mas já devem estar cansados de se fantasiarem de teens para servirem de fantoches da indústria pop, conquistando fãs na base do marketing e aguentando a chacota da crítica.
Tudo isso leva artistas engajados em temas confessionais e de amor a buscar novos nichos. É o caso de Alanis Morissette, que voltou às paradas com "Under Rug Swept". Ou o da australiana Kilie Minogue, uma mezzo Madonna mezzo Britney Spears dos anos 80, que voltou com o divertido "Fever".
Enquanto isso, o gênero teen pop se segura como pode com o fôlego de gente como Britney Spears -que em 2002 preferiu o cinema à música- e Robbie Williams, que lançou o competente "Escapology".
Christina Aguilera ganhou destaque durante 2002 -seja pela rivalidade confessa a Britney, seja pelo disco "Stripped", cheio de hits animados. A grande novidade ficou por conta de Avril Lavigne, uma canadense guitarrista e skatista que faz a linha rebelde e, talvez por isso mesmo, seja a mais carismática de todas as artistas do gênero teen pop.
No Brasil, Sandy e Júnior, na tentativa de abocanhar o mercado internacional, foram tragados por ele ao lançarem o infeliz "Internacional". Wanessa Camargo se perdeu em melodias chatinhas. E a novata Kelly Key conquistou teens com o hit "Baba" e a torcida do Corinthians com a capa da revista "Playboy".
Vote agora nos melhores CDs nacionais e internacionais de 2002
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