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16/12/2002 - 14h05

Grupos do Nordeste são destaque da música feita no Brasil

GUILHERME WERNECK
da Folha de S. Paulo

Quem ouviu apenas rádio em 2002 não conseguiu captar o que de melhor se fez na música brasileira.

Ficamos soterrados pelo revisionismo do rock brazuca dos anos 80 por ele mesmo (RPM, Biquíni Cavadão), pelas bandas que surgiram como novidade nos anos 90, mas que não conseguiram deixar de bater na mesma tecla (Raimundos, Charlie Brown Jr. e adjacências), pelas estrelas catapultadas à fama em reality shows e em programas de calouros (de Patrícia Coelho a Rouge) e, em menor escala, pela geração que se apossou do título de nova MPB (Simoninha, Fernanda Porto e genéricos). Isso sem falar na boa e velha baba para as massas. Alguém ouviu Kelly Key neste ano?

Se o bombardeio radiofônico não representou o que de melhor se fez em 2002, há exceções honradas. "Longo Caminho", dos Paralamas do Sucesso, fez bonito com sua volta ao rock básico, forte e contagiante. "Orquestra Klaxon", de Max de Castro, é um disco instigante com o seu diálogo entre passado e futuro. Lenine deglutiu o tropicalismo em "Falange Canibal". E o projeto "Tribalistas", de Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, se mostrou um bom disco pop.

Porém, foi da independência que brotaram as gravações mais instigantes. E o Nordeste escreveu um capítulo à parte. Com uma percussão incendiária, o pernambucano Cordel do Fogo Encantado fez poesia em "O Palhaço do Circo sem Futuro". Do Ceará, o Cidadão Instigado abusou de guitarras e boas letras para criar "O Ciclo da De.Cadência". E Wado, um catarinense radicado em Alagoas, cantou belas imagens em "Cinema Auditivo".Não bastasse essa trinca, a Nação Zumbi soube se reinventar num disco poderoso e experimental.

Outro grande álbum veio de São Paulo. Em "Coleção Nacional", o coletivo Instituto botou rappers para cantar samba ao mesmo tempo em que criava tramas sonoras próximas ao pós-rock. Também por aqui, Stela Campos fez o lindo "Fim de Semana". Num ano cheio de bons indies, a ousadia sonora de "Panzer Túnel", porrada do Objeto Amarelo, também merece uma audição atenta.

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