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25/12/2002 - 07h17

Cinema argentino contorna crise e lança 51 longas em 2002

SILVANA ARANTES
da Folha de S. Paulo

Quando a população foi para as ruas de Buenos Aires, em dezembro de 2001, a equipe do longa "Un Oso Rojo" (Um Urso Vermelho), dirigido por Adrián Caetano, 33, teve de voltar para casa.

Era impossível seguir filmando em meio às manifestações que terminaram na renúncia do presidente Fernando de la Rúa.

Com a crise econômica e política do país em seu grau mais agudo, o cinema argentino ficou como "Un Oso Rojo" -com o futuro em suspenso.

Cinco meses depois da interrupção das filmagens, o filme de Caetano estreava no Festival de Cannes, o mais prestigiado encontro internacional de cinema.

A história do urso -um ex-presidiário que tenta (em vão) retomar um trabalho dentro da lei e a vida ao lado da família- se transformou, outra vez, num símbolo de si mesma: o cinema argentino estava de pé. E firme.

Ao longo de 2002, foram 51 estréias (no Brasil, houve 35 lançamentos), 76 prêmios internacionais e a parcela de 12% do público das salas no país (30 milhões de espectadores). O filme argentino também frequentou o Oscar, com a indicação de "O Filho da Noiva", de Juan José Campanella, a melhor estrangeiro (vencido pelo bósnio "Terra de Ninguém").

"O cinema argentino é um paradigma do que deveria ser o país: o encontro da criatividade de um setor, a experiência de uma indústria e uma política de Estado", diz o diretor do Instituto de Cinema e Artes Audiovisuais, o cineasta Jorge Coscia.

Em 2002, o presidente Eduardo Duhalde retomou a política de fomento ao cinema, baseada em um fundo sustentado por porcentagem de arrecadação publicitária das TVs e da venda de ingressos.

Tudo somado, ganhou força na crítica dentro e fora do país a idéia de que o cinema argentino vive um boom de produção e qualidade, uma "nova onda".

Mas nem todos estão de acordo com a teoria do renascimento do cinema argentino. É o caso da roteirista Aída Bortnik, um dos mais destacados nomes do cinema no país (leia entrevista nesta página).
Coscia é da mesma opinião: "O novo cinema argentino é um fenômeno que já dura décadas".
 

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