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26/12/2002
-
10h21
MARIANA DELLA BARBA
free-lances para a Folha, em Londres
Quando "Minority Report" entrou em cartaz nos Estados Unidos, o filme de Steven Spielberg foi tachado por muitos de "a maior propaganda do mundo". Nada menos do que 15 empresas pagaram um total de US$ 25 milhões para mostrarem suas marcas na telona.
Com a estréia de "007 - Um Novo Dia para Morrer", ocorrida no mês passado na Inglaterra, esses números passam a ser pequenos. A nova aventura do agente secreto inglês conta com 24 "parceiros promocionais".
Eles investiram cerca de US$ 60 milhões na mais bem-sucedida franquia do cinema -quase metade do orçamento final, estimado em US$ 142 milhões.
Com os cofres cheios, o diretor Lee Tamahori inovou, ao inserir o maior número de efeitos especiais feitos por computadores nos 40 anos da série no cinema. "Um filme desses tem de ser grandioso, caro e com muita ação, mulheres e bugigangas. Não mexendo nessas regras, você tem liberdade para fazer o que quiser", disse Tamahori à Folha, em Londres.
Cenários do tamanho da Ópera de Sydney, a presença de Halle Berry e Madonna e a volta do carro Aston Martin provam que ele seguiu mesmo tudo à risca.
E o resultado não podia ser melhor. No seu fim de semana de estréia nos Estados Unidos, "Um Novo Dia para Morrer" desbancou "Harry Potter e a Câmara Secreta" da liderança nas bilheterias e, passado um mês, somou mais de US$ 130 milhões, tornando-se o maior sucesso entre os 20 filmes da série já feitos até agora.
Pierce Brosnan
O ator Pierce Brosnan, 49, já confirmou sua presença em pelo menos mais uma missão. "Sei que o tempo está contra mim, mas ainda tenho forças para fazer o quinto filme", disse.
Brosnan ainda não enjoou de viver Bond e confessa que é apaixonado pelo personagem. "Leva tempo para se tornar Bond. Acho que a forma como modificamos o personagem desta vez em termos de apelo dramático, deixando claros os seus sentimentos, foi um desafio. Vai ser interessante ver aonde chegaremos com o quinto filme."
Mas quem mais mudou foi a Bond girl. Jinx, interpretada por Halle Berry, quebra vários paradigmas e chega a dividir o cartaz quase de igual para igual com o herói.
"Foi a decisão de elenco mais fácil da minha vida. Eu estava cansado de Bond girls sem profundidade. Falei que, se fôssemos ter um personagem forte, era bom termos alguém linda e que também pudesse atuar", afirma o diretor.
No meio das filmagens, Berry teve que voar para Hollywood, onde ganhou o Oscar de melhor atriz por "A Última Ceia". Depois do emocionado discurso com que recebeu a estatueta, o sucesso continua e Jinx pode até ganhar uma série própria. "Mesmo que nada disso dê certo, já me sinto lisonjeada só de pensar que Michael [Wilson], Barbara [Broccoli, os produtores" e a MGM tiveram este plano], diz a atriz.
Novo herói
No cinema, como em qualquer lugar, o sucesso é medido quando começam a surgir cópias e paródias de uma determinada obra. Nesse quesito, 007 tem um arsenal invejável. Só neste ano entraram em cartaz dois exemplos: "Austin Powers em o Homem do Membro de Ouro" e "Triplo X".
Este último chegou inclusive a ser considerado um herói pós-Bond, mais moderno e totalmente inserido no século 21.
Tamahori discorda. "Gostei muito do filme, principalmente da primeira parte, cheia de efeitos especiais. Mas eles cometeram o erro que tentamos evitar. O herói sempre se mete em confusão e é salvo por pessoas que entram metralhando tudo. Isso faz um ótimo filme de ação, mas dá a impressão que ele é meio incapaz de se virar sozinho e desarmado", diz.
O diretor afirma que a característica de que mais gosta em Bond é a capacidade de o agente usar a inteligência para se livrar dos problemas, sem depender tanto das armas. Mas nem ele conseguiu fugir muito da fórmula. "Vejo-me fazendo coisas que jurei nunca fazer, mas a gente tem de ter bugigangas e uma perseguição de carros." Numa das cenas finais, o agente dirige seu novo Aston Martin dentro de uma palácio de gelo, enquanto o vilão guia um Jaguar.
A sequência teve um custo adicional de US$ 500 mil, ou seja, nada, comparado ao que as duas empresas investiram e terão de retorno. A Aston Martin, por exemplo, espera aumentar mais de 30% as suas vendas com a participação no novo filme.
Madonna
Além dos equipamentos eletrônicos e carros, há em "Um Novo Dia para Morrer" uma novidade em termos de merchandising: Madonna. Em uma cena de poucos minutos ela faz o papel de "uma instrutora de esgrima no estilo dominatrix", diz o diretor.
Mas, como todos sabem, como atriz Madonna é uma ótima cantora. A rainha do pop não quis saber de baladas e fez a canção-tema dançante. O sucesso já está nas rádios, pistas e, claro, nos cinemas.
Além de ouvi-la durante os créditos, os espectadores conferem um videoclipe de 90 segundos antes de o filme começar. Aí, é Bond que aparece como pano de fundo no filme de Madonna.
Veja galeria de fotos do filme
Merchandising garante orçamento de "Um Novo Dia para Morrer"
MARCELO FORLANIMARIANA DELLA BARBA
free-lances para a Folha, em Londres
Quando "Minority Report" entrou em cartaz nos Estados Unidos, o filme de Steven Spielberg foi tachado por muitos de "a maior propaganda do mundo". Nada menos do que 15 empresas pagaram um total de US$ 25 milhões para mostrarem suas marcas na telona.
Com a estréia de "007 - Um Novo Dia para Morrer", ocorrida no mês passado na Inglaterra, esses números passam a ser pequenos. A nova aventura do agente secreto inglês conta com 24 "parceiros promocionais".
Eles investiram cerca de US$ 60 milhões na mais bem-sucedida franquia do cinema -quase metade do orçamento final, estimado em US$ 142 milhões.
Com os cofres cheios, o diretor Lee Tamahori inovou, ao inserir o maior número de efeitos especiais feitos por computadores nos 40 anos da série no cinema. "Um filme desses tem de ser grandioso, caro e com muita ação, mulheres e bugigangas. Não mexendo nessas regras, você tem liberdade para fazer o que quiser", disse Tamahori à Folha, em Londres.
Cenários do tamanho da Ópera de Sydney, a presença de Halle Berry e Madonna e a volta do carro Aston Martin provam que ele seguiu mesmo tudo à risca.
E o resultado não podia ser melhor. No seu fim de semana de estréia nos Estados Unidos, "Um Novo Dia para Morrer" desbancou "Harry Potter e a Câmara Secreta" da liderança nas bilheterias e, passado um mês, somou mais de US$ 130 milhões, tornando-se o maior sucesso entre os 20 filmes da série já feitos até agora.
Pierce Brosnan
O ator Pierce Brosnan, 49, já confirmou sua presença em pelo menos mais uma missão. "Sei que o tempo está contra mim, mas ainda tenho forças para fazer o quinto filme", disse.
Brosnan ainda não enjoou de viver Bond e confessa que é apaixonado pelo personagem. "Leva tempo para se tornar Bond. Acho que a forma como modificamos o personagem desta vez em termos de apelo dramático, deixando claros os seus sentimentos, foi um desafio. Vai ser interessante ver aonde chegaremos com o quinto filme."
Mas quem mais mudou foi a Bond girl. Jinx, interpretada por Halle Berry, quebra vários paradigmas e chega a dividir o cartaz quase de igual para igual com o herói.
"Foi a decisão de elenco mais fácil da minha vida. Eu estava cansado de Bond girls sem profundidade. Falei que, se fôssemos ter um personagem forte, era bom termos alguém linda e que também pudesse atuar", afirma o diretor.
No meio das filmagens, Berry teve que voar para Hollywood, onde ganhou o Oscar de melhor atriz por "A Última Ceia". Depois do emocionado discurso com que recebeu a estatueta, o sucesso continua e Jinx pode até ganhar uma série própria. "Mesmo que nada disso dê certo, já me sinto lisonjeada só de pensar que Michael [Wilson], Barbara [Broccoli, os produtores" e a MGM tiveram este plano], diz a atriz.
Novo herói
No cinema, como em qualquer lugar, o sucesso é medido quando começam a surgir cópias e paródias de uma determinada obra. Nesse quesito, 007 tem um arsenal invejável. Só neste ano entraram em cartaz dois exemplos: "Austin Powers em o Homem do Membro de Ouro" e "Triplo X".
Este último chegou inclusive a ser considerado um herói pós-Bond, mais moderno e totalmente inserido no século 21.
Tamahori discorda. "Gostei muito do filme, principalmente da primeira parte, cheia de efeitos especiais. Mas eles cometeram o erro que tentamos evitar. O herói sempre se mete em confusão e é salvo por pessoas que entram metralhando tudo. Isso faz um ótimo filme de ação, mas dá a impressão que ele é meio incapaz de se virar sozinho e desarmado", diz.
O diretor afirma que a característica de que mais gosta em Bond é a capacidade de o agente usar a inteligência para se livrar dos problemas, sem depender tanto das armas. Mas nem ele conseguiu fugir muito da fórmula. "Vejo-me fazendo coisas que jurei nunca fazer, mas a gente tem de ter bugigangas e uma perseguição de carros." Numa das cenas finais, o agente dirige seu novo Aston Martin dentro de uma palácio de gelo, enquanto o vilão guia um Jaguar.
A sequência teve um custo adicional de US$ 500 mil, ou seja, nada, comparado ao que as duas empresas investiram e terão de retorno. A Aston Martin, por exemplo, espera aumentar mais de 30% as suas vendas com a participação no novo filme.
Madonna
Além dos equipamentos eletrônicos e carros, há em "Um Novo Dia para Morrer" uma novidade em termos de merchandising: Madonna. Em uma cena de poucos minutos ela faz o papel de "uma instrutora de esgrima no estilo dominatrix", diz o diretor.
Mas, como todos sabem, como atriz Madonna é uma ótima cantora. A rainha do pop não quis saber de baladas e fez a canção-tema dançante. O sucesso já está nas rádios, pistas e, claro, nos cinemas.
Além de ouvi-la durante os créditos, os espectadores conferem um videoclipe de 90 segundos antes de o filme começar. Aí, é Bond que aparece como pano de fundo no filme de Madonna.
Veja galeria de fotos do filme
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