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01/01/2003 - 04h01

Mariano e Lubambo lançam CD com temas de Tom Jobim e Djavan

EDSON FRANCO
Editor de Veículos e Construção da

No início era admiração, virou amizade, passou pela parceria e agora chega ao disco. Lançado pela Trama, "Duo" registra o encontro do pianista e arranjador Cesar Camargo Mariano com o violonista Romero Lubambo.

São dez faixas em que os músicos brasileiros, só com piano e violão, esquadrinham um repertório composto por eles próprios, além de temas de Tom Jobim, Djavan, Moacir Santos e dos jazzistas norte-americanos Max Roach e Clifford Brown.

A sonoridade que chega madura ao CD começou a ser alinhavada em 1995, ano em que Mariano se apresentou no clube Blue Note, em Nova York. Lubambo estava na platéia. "Eu já conhecia a música dele e admirava o trabalho que havia desenvolvido com a Elis Regina e com o quarteto", disse o violonista, por telefone, de sua casa em Nova Jersey.

Depois disso, passaram a se encontrar na casa de Mariano -também em Nova Jersey, onde mora desde 94. Desses encontros, ressurgiu o quarteto que o pianista montou no início dos anos 60 e que teve várias formações nas décadas seguintes. Agora, além de Lubambo, o grupo conta com os norte-americanos Leo Traversa (baixo) e Mark Walker (bateria).

"É uma formação que não deve nada às anteriores. A diferença é que, quando tocávamos, o dueto entre mim e o Romero já "gritava" dentro do quarteto", lembra Mariano, também por telefone.

O CD foi gravado praticamente ao vivo durante três dias. Apesar de serem apenas dois no palco, os músicos conseguem manter no alto as petecas rítmicas, melódicas e harmônicas. Para Lubambo, isso se deve à integração desenvolvida ao longo dos anos e ao talento de arranjador de Mariano. "A gente se completa. Ele é mais jazzista, improvisador, forte, agressivo. Eu sou mais arranjador, organizador, tímido", diz o pianista.

A maior parte do repertório do CD já passou pelo crivo de platéias americanas, européias e asiáticas antes de ser gravada. "As músicas praticamente se escolheram", comenta Lubambo.

Apesar de contar com um dos maiores arranjadores nascidos no Brasil -Mariano trabalhou com Elis Regina, Ivan Lins, Tom Jobim, Kevin Mahogany-, o trabalho de criação perpetuado em "Duo" deriva de esforço coletivo.

Mariano conta que, nos ensaios que fez em sua casa, os dois começavam a tocar qualquer coisa. Uma batida, uma levada, não necessariamente uma canção. Depois, passavam um tempo brincando com aquilo até achar uma música que se encaixasse naquele clima. "É mais erro que tentativa."

Mas há casos (minoria) em que o arranjo foi todo elaborado pelo pianista. "Choro #7" é um exemplo. "Originalmente, compus essa música para piano e o clarinete de Paquito D'Rivera. Com o tempo, passei a "ouvir" o violão do Romero nessa música e fiz o arranjo baseado nisso."

Tanto Lubambo quanto Mariano manifestam o desejo de fazer shows no Brasil para dar suporte ao lançamento do CD. Pode ser que eles aconteçam em março. O obstáculo maior é a agenda do primeiro, violonista solicitadíssimo por gente como Diana Krall, Dianne Reeves e James Carter, entre uma infinidade de outros músicos de ponta.
 

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