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"Zodíaco" prioriza investigação e deixa serial killer em segundo plano
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SÉRGIO RIZZO
do Guia da Folha
A assinatura do diretor David Fincher ("Seven", "Clube da Luta") em um filme sobre um dos maiores serial killers da história dos EUA talvez sugira rios de sangue e situações macabras, mas "Zodíaco" gasta suas quase três horas de duração para desfazer essa expectativa, a partir de um minucioso trabalho de reconstituição de época que recria a região de São Francisco (Califórnia) nos anos 60 e 70.
Somadas, as seqüências de crimes duram poucos minutos. O que ocupa a atenção de Fincher? O envolvimento de dois personagens com as mensagens enviadas pelo assassino para a imprensa e com as investigações: o inspetor David Toschi (Mark Ruffalo) e o cartunista Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal), que trabalhava no jornal "San Francisco Chronicle", do qual sai outra figura importante para a trama, o repórter Paul Avery (Robert Downey Jr.).
O roteiro de James Vanderbilt se baseia no livro homônimo de Graysmith --detalhado inventário de como o assassino conseguiu agir por tanto tempo, largando inúmeras pistas pelo caminho. "Zodíaco" trata menos do criminoso e mais do medo vivido por uma sociedade que se sente acuada e impotente, bem como da obsessão do pacato Graysmith em perseguir a solução para o mistério.
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