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20/01/2003 - 12h07

Banda paulista atualiza o pop sessentista e a jovem guarda

FERNANDA MENA
da Folha de S.Paulo

Uma série de bandas gringas já descobriu a música brasileira dos anos 60 e a transformou em referência. Artistas de música eletrônica lançaram mão desse mesmo filão para dar mais ginga à rigidez de suas batidas. São raros, no entanto, os grupos de pop rock daqui que deixam de lado o complexo de periferia da cultura pop -que dita que os estilos e os movimentos musicais importantes são sempre importados- e voltam os olhos para produtos nacionais.

Pois a banda paulista Monokini resgata a bossa nova e a rebeldia meio ingênua da jovem guarda e do rock sessentista e atualiza esses estilos com guitarras indie e elementos eletrônicos, que dão o tom animado de suas músicas.

"A gente, aqui no Brasil, cresceu acreditando que tudo o que é bom vem de fora. Eu mesmo já fui assim, na época do radicalismo adolescente. Depois, aprendi que tinha muita coisa legal do meu lado. O Monokini é um elo entre a bossa nova e a jovem guarda, com uma pitada de eletrônica e de rock indie", revela Josmar Madureira, 32, tecladista e compositor do Monokini.

Criada em 1999, a banda tirou seu nome de um compacto de 1965 de Roberto Carlos e, já em 2000, lançou um single com quatro músicas que chamou a atenção além das fronteiras brasileiras. Foi assim que o Monokini deu as caras fora do país com participações em duas coletâneas ("Voyage Romanesque", do selo Bambini Records, e "Summery Molotov", editada pela revista "Beikoku Ongaku", ambos do Japão) ao lado de bandas de vanguarda como o Ladytron.

Seu primeiro álbum, "Mondo Topless", foi lançado aqui no final do ano passado e deve sair nos EUA, pelo selo Little Shirley's Beans Records, ainda no primeiro semestre.

"Fechamos um ciclo e já estamos pensando no segundo disco", diz Madureira.

Tanta animação não é para menos. Com um som fácil, criativo, animado, e com letras em português, o Monokini tem tudo para emplacar logo.

Em "Mondo Topless", os vocais de Fabiana Karpinski carregam no sotaque paulistano e entoam letras singelas, permeadas por lá-lá-lás e pá-pá-pás. Munida de riffs grudentos e de despretensão pop, a banda alterna momentos rock e climas com cara de festa à beira da piscina.

"Queríamos fazer letras ingênuas mesmo, de praia, de sol, de mar. Os radicais podem achar isso muito água-com-açúcar, mas era essa a nossa intenção", explica.

O disco abre com a rapidinha "Tchuby Tchuba", que emenda em "Complexo de Phil Spector" -com uma letra perfeita para desdenhar de quem faz carão para a gente.

"Copan" é quase um Stereolab nas instrumentações, e "Espelhos" deve ter clipe na MTV em breve. Uma brasa, mora!
 

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