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24/01/2003
-
05h00
da Folha de S. Paulo
Não será esquecido o aniversário de 30 anos do Secos & Molhados, que em 73 tomaram a MPB de assalto com androginia e provocação sexual. A Universal, que tem longa história com Ney Matogrosso, já trabalha numa caixa com a obra completa do artista desde o mítico "Secos & Molhados" de estréia.
Para ser completa, a caixa depende de vários acertos. Os discos originais dos S&M não pertencem à Universal, mas à Warner, assim como os primeiros LPs solo de Ney, nunca relançados em CD. A Sony, que também tem catálogo solo de Ney, se diz disposta a colaborar.
O que a Universal não prevê, a princípio, é incluir a obra solo da outra entidade S&M, João Ricardo, nem suas tentativas de reavivar, sem Ney, o grupo.
E mais homenagem: o selo independente Deck regravará na íntegra, em forma de tributo, o "S&M" de 73. Batizado "Assim Assado", trará releituras por Frejat, Titãs, Arnaldo Antunes, Falamansa e talvez Pato Fu.
O NÃO-LANÇAMENTO
Atacada pela esquerda dos anos 70 como "imperialista", a versão nacional do programa infantil "Vila Sésamo" (72-76) deixou como testemunho o discurso igualitário e libertário da trilha dos irmãos Paulo Sérgio e Marcos Valle. A Globo faz a esquecida e mantém na clandestinidade as cândidas e rebeldes canções do Trio Soneca inventado por Marcos Valle para o disco de 74.
MAIS HOMENAGEM
O selo Deck imagina também um tributo duplo à sambista Clara Nunes, que faria 60 anos em 2003, sob produção do virtuoso Paulão Sete Cordas. Serão convidados sumidades da velha guarda (Paulinho da Viola, Ivone Lara, Monarco, Xangô da Mangueira) e novos valores do samba (Teresa Cristina, Mariana Bernardes , Nilze Carvalho).
NÚMERO 1, NÚMERO 2
Eufórica com a liderança de mercado obtida em 2002, a Universal voltará a usar o slogan "a número 1 do Brasil", perdido para a Sony. Não satisfeita, solta a bomba: não perdera a liderança em 2001. É que, diz agora, havia se esquecido de computar vendas diretas. Procurada pela Folha, a Sony não respondeu se acata ou contesta a nova versão.
SOBE E DESCE
A Universal diz ter crescido 12,6% em 2002, enquanto o mercado geral subiu 4,9%. Considera o crescimento de vendas de CD "irrelevante" (0,8%) e o de DVD, "importante" (72,7%). A tomada brasileira de fôlego contrasta com o mercado mundial, que verificou queda de 9,2%. Em tempo de crise, a indústria atribui ao catálogo a salvação da lavoura: reedições atenderam a cerca de 25% do faturamento total. Aqui, a Universal foi quem mais investiu em catálogo em 2002.
E-mail: psanches@folhasp.com.br
Ruído: Gravadoras projetam "ano Secos & Molhados"
PEDRO ALEXANDRE SANCHESda Folha de S. Paulo
Não será esquecido o aniversário de 30 anos do Secos & Molhados, que em 73 tomaram a MPB de assalto com androginia e provocação sexual. A Universal, que tem longa história com Ney Matogrosso, já trabalha numa caixa com a obra completa do artista desde o mítico "Secos & Molhados" de estréia.
Para ser completa, a caixa depende de vários acertos. Os discos originais dos S&M não pertencem à Universal, mas à Warner, assim como os primeiros LPs solo de Ney, nunca relançados em CD. A Sony, que também tem catálogo solo de Ney, se diz disposta a colaborar.
O que a Universal não prevê, a princípio, é incluir a obra solo da outra entidade S&M, João Ricardo, nem suas tentativas de reavivar, sem Ney, o grupo.
E mais homenagem: o selo independente Deck regravará na íntegra, em forma de tributo, o "S&M" de 73. Batizado "Assim Assado", trará releituras por Frejat, Titãs, Arnaldo Antunes, Falamansa e talvez Pato Fu.
O NÃO-LANÇAMENTO
Atacada pela esquerda dos anos 70 como "imperialista", a versão nacional do programa infantil "Vila Sésamo" (72-76) deixou como testemunho o discurso igualitário e libertário da trilha dos irmãos Paulo Sérgio e Marcos Valle. A Globo faz a esquecida e mantém na clandestinidade as cândidas e rebeldes canções do Trio Soneca inventado por Marcos Valle para o disco de 74.
MAIS HOMENAGEM
O selo Deck imagina também um tributo duplo à sambista Clara Nunes, que faria 60 anos em 2003, sob produção do virtuoso Paulão Sete Cordas. Serão convidados sumidades da velha guarda (Paulinho da Viola, Ivone Lara, Monarco, Xangô da Mangueira) e novos valores do samba (Teresa Cristina, Mariana Bernardes , Nilze Carvalho).
NÚMERO 1, NÚMERO 2
Eufórica com a liderança de mercado obtida em 2002, a Universal voltará a usar o slogan "a número 1 do Brasil", perdido para a Sony. Não satisfeita, solta a bomba: não perdera a liderança em 2001. É que, diz agora, havia se esquecido de computar vendas diretas. Procurada pela Folha, a Sony não respondeu se acata ou contesta a nova versão.
SOBE E DESCE
A Universal diz ter crescido 12,6% em 2002, enquanto o mercado geral subiu 4,9%. Considera o crescimento de vendas de CD "irrelevante" (0,8%) e o de DVD, "importante" (72,7%). A tomada brasileira de fôlego contrasta com o mercado mundial, que verificou queda de 9,2%. Em tempo de crise, a indústria atribui ao catálogo a salvação da lavoura: reedições atenderam a cerca de 25% do faturamento total. Aqui, a Universal foi quem mais investiu em catálogo em 2002.
E-mail: psanches@folhasp.com.br
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