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25/01/2003
-
02h53
"De que me adianta viver na cidade/ se a felicidade não me acompanhar..." A famosa guarânia de Belmonte e Goiá, ao lado das antológicas "Tristeza do Jeca", de Angelino de Oliveira, "Felicidade", de Lupicínio Rodrigues, o cururú e o cateretê, e os pagodes de viola de Tião Carreiro fazem a festa hoje com São Paulo na apresentação da Orquestra Paulistana de Viola Caipira.
Surgida a partir do Instituto Gonçalo de Viola Caipira, uma ONG de pesquisa de repertório das tradições orais sertanejas, a orquestra conta atualmente com 53 violeiros, dos 14 aos 73 anos, e se dedica à preservação e ao ensino da viola caipira -instrumento de dez cordas originário do alaúde, trazido ao Brasil pelos jesuítas.
"Nas primeiras décadas do século 20, com o processo de urbanização a toda, o caipira que vinha para a capital deixava de repassar sua cultura, que era basicamente oral, para as novas gerações", afirma Rui Torneze, 39, maestro e arranjador da orquestra de viola. "Já nos anos 60 o rompimento foi maior ainda com a introdução da guitarra elétrica e o surgimento do que hoje é chamada música sertaneja", lembra.
Uma pequena grande resistência a essa tendência de aniquilamento da cultura caipira -de "caa pira", aquele que corta o mato- é o que o paulistano verá hoje, na curiosa apresentação do Theatro São Pedro, que marca ainda o lançamento do primeiro CD do grupo, que passa a integrar o catálogo da gravadora Kuarup.
Longe de pregar o purismo: "A vinda de João Pacífico, considerado o primeiro caipira na capital, e a mistura com as colônias italianas e negras deram à viola caipira uma riqueza rítmica que hoje supera a dos próprios portugueses".
Em tempo, Torneze destaca a variedade de "caipiras" que integram as pesquisas e a própria formação do grupo. Além do interior de São Paulo, o instrumento tem suas raízes em outros Estados como Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul...
A Universidade Livre de Música Tom Jobim, da qual muitos dos integrantes da orquestra são alunos, mantém um curso anual de viola caipira, ministrado por Torneze. As inscrições podem ser feitas pelo telefone 6682-7780.
ORQUESTRA PAULISTANA DE VIOLA CAIPIRA
Regente: Rui Torneze
Gravadora: Kuarup
Quanto: R$ 18
Leia mais sobre o aniversário de São Paulo
Caipiras da capital puxam festa de viola no aniversário da cidade
da Folha de S.Paulo"De que me adianta viver na cidade/ se a felicidade não me acompanhar..." A famosa guarânia de Belmonte e Goiá, ao lado das antológicas "Tristeza do Jeca", de Angelino de Oliveira, "Felicidade", de Lupicínio Rodrigues, o cururú e o cateretê, e os pagodes de viola de Tião Carreiro fazem a festa hoje com São Paulo na apresentação da Orquestra Paulistana de Viola Caipira.
Surgida a partir do Instituto Gonçalo de Viola Caipira, uma ONG de pesquisa de repertório das tradições orais sertanejas, a orquestra conta atualmente com 53 violeiros, dos 14 aos 73 anos, e se dedica à preservação e ao ensino da viola caipira -instrumento de dez cordas originário do alaúde, trazido ao Brasil pelos jesuítas.
"Nas primeiras décadas do século 20, com o processo de urbanização a toda, o caipira que vinha para a capital deixava de repassar sua cultura, que era basicamente oral, para as novas gerações", afirma Rui Torneze, 39, maestro e arranjador da orquestra de viola. "Já nos anos 60 o rompimento foi maior ainda com a introdução da guitarra elétrica e o surgimento do que hoje é chamada música sertaneja", lembra.
Uma pequena grande resistência a essa tendência de aniquilamento da cultura caipira -de "caa pira", aquele que corta o mato- é o que o paulistano verá hoje, na curiosa apresentação do Theatro São Pedro, que marca ainda o lançamento do primeiro CD do grupo, que passa a integrar o catálogo da gravadora Kuarup.
Longe de pregar o purismo: "A vinda de João Pacífico, considerado o primeiro caipira na capital, e a mistura com as colônias italianas e negras deram à viola caipira uma riqueza rítmica que hoje supera a dos próprios portugueses".
Em tempo, Torneze destaca a variedade de "caipiras" que integram as pesquisas e a própria formação do grupo. Além do interior de São Paulo, o instrumento tem suas raízes em outros Estados como Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul...
A Universidade Livre de Música Tom Jobim, da qual muitos dos integrantes da orquestra são alunos, mantém um curso anual de viola caipira, ministrado por Torneze. As inscrições podem ser feitas pelo telefone 6682-7780.
ORQUESTRA PAULISTANA DE VIOLA CAIPIRA
Regente: Rui Torneze
Gravadora: Kuarup
Quanto: R$ 18
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