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11/08/2000
-
05h33
CASSIANO ELEK MACHADO, da Folha de S.Paulo
A biblioteca do maior crítico teatral brasileiro está de casa nova. O Instituto Moreira Salles (IMS) anunciou esta semana a compra da coleção de Décio de Almeida Prado, morto em fevereiro deste ano.
Os cerca de 6.000 livros e demais objetos guardados pelo autor de "História Concisa do Teatro Brasileiro" (veja quadro ao lado) já deixaram a casa em que ele morava, em uma tranquila rua no bairro do Pacaembu, em São Paulo.
A coleção só estará acessível para pesquisadores no começo do próximo ano, em um prédio na avenida Paulista para onde o instituto muda nos
próximos meses.
Por enquanto, o acervo de Almeida Prado está dentro de caixas em um prédio do Unibanco, o mantenedor do IMS. Lá estão desde fotografias como a que a atriz Cacilda Becker lhe enviou (que a Folha publica com exclusividade) até manuscritos que recebeu de autores como Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira nos anos 50, quando editou o "Suplemento Literário" do jornal "O Estado de S. Paulo".
Drummond e Bandeira, ao lado de autores como Guimarães Rosa, Lygia Fagundes Telles e o crítico literário Antonio Candido, tinham destaque especial na coleção de Almeida Prado.
De acordo com Silvia de Almeida Prado Sampaio, filha do crítico, ele guardava primeiras edições desses e de um outro "seleto grupo de amigos" em uma estante próxima de seu quarto. Os demais volumes eram divididos em dois espaços. Cerca de 2.000 livros sobre teatro ficavam em um escritório onde o crítico trabalhava. Outros 4.000 títulos, de "assuntos bem variados", ficavam em uma biblioteca. "Era uma bagunça que só ele entendia", diz Silvia.
Para organizá-la, o IMS fez convênio com o Instituto de Estudos Brasileiros da USP, onde ficam arquivos como os de Mario de Andrade. "É o primeiro trabalho extramuros da universidade que a equipe do IEB vai fazer", conta Antonio Fernando De Franceschi, diretor-superintendente do IMS.
Segundo ele, o instituto vai digitalizar boa parte da coleção de Almeida Prado para consultas pela Internet, trabalho que está sendo feito com os outros acervos em posse do IMS, como os da poeta Ana Cristina César e do jornalista e escritor Otto Lara Resende.
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IMS compra coleção Almeida Prado
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A biblioteca do maior crítico teatral brasileiro está de casa nova. O Instituto Moreira Salles (IMS) anunciou esta semana a compra da coleção de Décio de Almeida Prado, morto em fevereiro deste ano.
Os cerca de 6.000 livros e demais objetos guardados pelo autor de "História Concisa do Teatro Brasileiro" (veja quadro ao lado) já deixaram a casa em que ele morava, em uma tranquila rua no bairro do Pacaembu, em São Paulo.
A coleção só estará acessível para pesquisadores no começo do próximo ano, em um prédio na avenida Paulista para onde o instituto muda nos
próximos meses.
Por enquanto, o acervo de Almeida Prado está dentro de caixas em um prédio do Unibanco, o mantenedor do IMS. Lá estão desde fotografias como a que a atriz Cacilda Becker lhe enviou (que a Folha publica com exclusividade) até manuscritos que recebeu de autores como Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira nos anos 50, quando editou o "Suplemento Literário" do jornal "O Estado de S. Paulo".
Drummond e Bandeira, ao lado de autores como Guimarães Rosa, Lygia Fagundes Telles e o crítico literário Antonio Candido, tinham destaque especial na coleção de Almeida Prado.
De acordo com Silvia de Almeida Prado Sampaio, filha do crítico, ele guardava primeiras edições desses e de um outro "seleto grupo de amigos" em uma estante próxima de seu quarto. Os demais volumes eram divididos em dois espaços. Cerca de 2.000 livros sobre teatro ficavam em um escritório onde o crítico trabalhava. Outros 4.000 títulos, de "assuntos bem variados", ficavam em uma biblioteca. "Era uma bagunça que só ele entendia", diz Silvia.
Para organizá-la, o IMS fez convênio com o Instituto de Estudos Brasileiros da USP, onde ficam arquivos como os de Mario de Andrade. "É o primeiro trabalho extramuros da universidade que a equipe do IEB vai fazer", conta Antonio Fernando De Franceschi, diretor-superintendente do IMS.
Segundo ele, o instituto vai digitalizar boa parte da coleção de Almeida Prado para consultas pela Internet, trabalho que está sendo feito com os outros acervos em posse do IMS, como os da poeta Ana Cristina César e do jornalista e escritor Otto Lara Resende.
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