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31/01/2003
-
05h03
colunista da Folha
A São Paulo Fashion Week aponta novas diretrizes para a moda jovem. O jeans se confirma como um dos itens mais fortes da criação brasileira, não apenas pela presença marcante nas coleções, mas pelo tratamento diferenciado que foi conseguido pelos estilistas.
Mesmo os pequenos, como Caio Gobbi, obtêm resultados criativos. Ele tem bons momentos nas calças mais claras, no azulzinho, que ganham fechos atrás das pernas, arredondando as formas do bumbum.
Já na coleção retrô de Alexandre Herchcovitch, as lavagens têm simpática cara vintage, e detalhes como pregas bem-humoradas e golas arredondadas em jaquetinhas emprestam personalidade aos looks.
Na Triton, excelentes momentos no índigo envelhecido, com memória. Incrível o macacão de Jeísa, e deliciosa a jaquetinha estruturada, com manga desbotada.
A música continua como grande denominador do estilo jovem, aglutinando gostos de estilos e gêneros. Nas passarelas, o hip hop de Missy Elliot embala o streetwear; o electro com tempero anos 80 inspira os mais modernos. A confusão conceitual apareceu na Triton, supostamente tratando do universo da música e dos after-hours, mas trazendo em muitos momentos muito mais a atmosfera rústica da marca italiana D&G do que o que realmente rola nas madrugadas paulistanas.
Ao menos, as Triton Girls deixam de lado sua discreta deselegância sexy para investir numa nova feminilidade, com mais atitude. É uma juventude mais situada, ainda que ligada em valores de diversão. E o militarismo vem como forma de protesto, como no caso da Vide Bula, mas também como elemento fashion (de novo em Gobbi) e na coleção de fanfarra que mistura SP e Rússia de Sommer. Nessa história, volta triunfal a t-shirt, com desenhos bacanas, e até mensagens. Divertidas, politizadas ou ambas.
O glamour rústico e suas variações, em tricôs, cartela de cores e estamparia, de fato são tendência. Bem marcante no masculino, como em Mario Queiroz e sua inspiração no grande cajueiro do Rio Grande do Norte, com música dos pernambucanos do Cordel do Fogo Encantado, daí a conexão com o streetwear detonado com o movimento mangue beat. Também em Maxime Perelmuter, com as cores das Paineiras em novos e frescos camuflados.
Os paetês, ainda que sobre xadrezes, como em Herchcovitch, servem para alegrar os olhos, superliberado para dia e noite.
Outra grande volta é o grunge, misturando tudo, jogando tudo, na maneira de combinar ou mesmo na silhueta, mais largada.
Especial
Confira o que acontece na SP Fashion Week
São Paulo Fashion Week celebra novo glamour jovem
ERIKA PALOMINOcolunista da Folha
A São Paulo Fashion Week aponta novas diretrizes para a moda jovem. O jeans se confirma como um dos itens mais fortes da criação brasileira, não apenas pela presença marcante nas coleções, mas pelo tratamento diferenciado que foi conseguido pelos estilistas.
Mesmo os pequenos, como Caio Gobbi, obtêm resultados criativos. Ele tem bons momentos nas calças mais claras, no azulzinho, que ganham fechos atrás das pernas, arredondando as formas do bumbum.
Já na coleção retrô de Alexandre Herchcovitch, as lavagens têm simpática cara vintage, e detalhes como pregas bem-humoradas e golas arredondadas em jaquetinhas emprestam personalidade aos looks.
Na Triton, excelentes momentos no índigo envelhecido, com memória. Incrível o macacão de Jeísa, e deliciosa a jaquetinha estruturada, com manga desbotada.
A música continua como grande denominador do estilo jovem, aglutinando gostos de estilos e gêneros. Nas passarelas, o hip hop de Missy Elliot embala o streetwear; o electro com tempero anos 80 inspira os mais modernos. A confusão conceitual apareceu na Triton, supostamente tratando do universo da música e dos after-hours, mas trazendo em muitos momentos muito mais a atmosfera rústica da marca italiana D&G do que o que realmente rola nas madrugadas paulistanas.
Ao menos, as Triton Girls deixam de lado sua discreta deselegância sexy para investir numa nova feminilidade, com mais atitude. É uma juventude mais situada, ainda que ligada em valores de diversão. E o militarismo vem como forma de protesto, como no caso da Vide Bula, mas também como elemento fashion (de novo em Gobbi) e na coleção de fanfarra que mistura SP e Rússia de Sommer. Nessa história, volta triunfal a t-shirt, com desenhos bacanas, e até mensagens. Divertidas, politizadas ou ambas.
O glamour rústico e suas variações, em tricôs, cartela de cores e estamparia, de fato são tendência. Bem marcante no masculino, como em Mario Queiroz e sua inspiração no grande cajueiro do Rio Grande do Norte, com música dos pernambucanos do Cordel do Fogo Encantado, daí a conexão com o streetwear detonado com o movimento mangue beat. Também em Maxime Perelmuter, com as cores das Paineiras em novos e frescos camuflados.
Os paetês, ainda que sobre xadrezes, como em Herchcovitch, servem para alegrar os olhos, superliberado para dia e noite.
Outra grande volta é o grunge, misturando tudo, jogando tudo, na maneira de combinar ou mesmo na silhueta, mais largada.
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