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31/01/2003
-
06h55
MARCELO BARTOLOMEI
enviado especial a Salvador
Em seu primeiro show para um grande público desde que assumiu o Ministério da Cultura do governo Lula, o cantor e compositor Gilberto Gil se apresentou para mais de 30 mil pessoas na madrugada desta sexta-feira no 5º Festival de Verão de Salvador, na capital baiana. Na terra de ACM, o cacique foi Gil.
Todo de branco --dizem que o branco é energia e todo baiano, às sextas-feiras, usa a cor- e com um invejável fôlego no palco, o ministro não falou no cargo público e fez um show para empolgar a platéia, que esperou para vê-lo após um atraso de cerca de duas horas.
"Não é diferente voltar à Bahia como ministro. É mais um show e já tive frio na barriga em muitas outras ocasiões, mas não nesta. Vou sentir uma responsabilidade maior quando vier à Bahia como ministro para resolver problemas culturais, apresentar projetos e distribuir verbas", disse à Folha Online, antes de entrar no palco.
Quando assumiu o ministério, Gil disse que teria de abandonar os palcos e fazer shows somente durante o final de semana. O ministro, no entanto, tem de cumprir todos os contratos firmados em 2002 antes de se dedicar somente ao governo. Ele ainda tem um show no Rio de Janeiro e outro no Rio Grande do Sul, além do Carnaval em Salvador, agendados desde o ano passado.
O show
Gil entrou no palco por volta das 3h10, mas iniciou o show somente às 3h23. Sua apresentação estava, inicialmente, marcada para a 1h15, mas os shows anteriores atrasaram e o empurraram para o meio da madrugada.
Mesmo assim, a maioria do público que lotou o Parque de Exposições de Salvador para o festival permaneceu fiel ao cantor, que trouxe à cidade o show "Kaya N'Gan Daya", do seu mais recente CD, lançado no ano passado.
Ele não fez menção ao ministério e se limitou apenas a dizer que queria mostrar as canções de Bob Marley ao público. Era o cantor, não o ministro, com seu jeito peculiar de subir ao palco, gritinhos e animação como sempre.
Quando tocou "Kaya", fez uma introdução com berimbau e pandeiro. Cantou as músicas do CD e alguns sucessos da carreira como "A Novidade".
Protesto
Antes de introduzir "Waiting in Vain", Gil fez uma crítica velada à possibilidade de guerra contra o Iraque.
"Bob Marley foi um guerreiro. Suas ações foram tiros espirituais que despertaram nos corações. Era um guerreiro diferente destes que andam por aí querendo espalhar fogo, ferro e sangue. Bob Marley era um guerreiro da paz, do amor", afirmou Gil.
Depois, cantou "Barracos" junto do público e encerrou a música mostrando a língua e fazendo caretas para a "gente estúpida" e "gente hipócrita" do país, crítica dos tempos de militante político.
Gil encerrou sua apresentação com o tema da série infantil "Sítio do Picapau Amarelo", o forró "Esperando na Janela" e a música-símbolo "Toda Menina Baiana". Cantou até as 4h40.
O jornalista Marcelo Bartolomei viajou a convite da organização do festival
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Sem falar no ministério, Gil canta para mais de 30 mil em Salvador
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enviado especial a Salvador
Em seu primeiro show para um grande público desde que assumiu o Ministério da Cultura do governo Lula, o cantor e compositor Gilberto Gil se apresentou para mais de 30 mil pessoas na madrugada desta sexta-feira no 5º Festival de Verão de Salvador, na capital baiana. Na terra de ACM, o cacique foi Gil.
Todo de branco --dizem que o branco é energia e todo baiano, às sextas-feiras, usa a cor- e com um invejável fôlego no palco, o ministro não falou no cargo público e fez um show para empolgar a platéia, que esperou para vê-lo após um atraso de cerca de duas horas.
"Não é diferente voltar à Bahia como ministro. É mais um show e já tive frio na barriga em muitas outras ocasiões, mas não nesta. Vou sentir uma responsabilidade maior quando vier à Bahia como ministro para resolver problemas culturais, apresentar projetos e distribuir verbas", disse à Folha Online, antes de entrar no palco.
Quando assumiu o ministério, Gil disse que teria de abandonar os palcos e fazer shows somente durante o final de semana. O ministro, no entanto, tem de cumprir todos os contratos firmados em 2002 antes de se dedicar somente ao governo. Ele ainda tem um show no Rio de Janeiro e outro no Rio Grande do Sul, além do Carnaval em Salvador, agendados desde o ano passado.
O show
Gil entrou no palco por volta das 3h10, mas iniciou o show somente às 3h23. Sua apresentação estava, inicialmente, marcada para a 1h15, mas os shows anteriores atrasaram e o empurraram para o meio da madrugada.
Mesmo assim, a maioria do público que lotou o Parque de Exposições de Salvador para o festival permaneceu fiel ao cantor, que trouxe à cidade o show "Kaya N'Gan Daya", do seu mais recente CD, lançado no ano passado.
Ele não fez menção ao ministério e se limitou apenas a dizer que queria mostrar as canções de Bob Marley ao público. Era o cantor, não o ministro, com seu jeito peculiar de subir ao palco, gritinhos e animação como sempre.
Quando tocou "Kaya", fez uma introdução com berimbau e pandeiro. Cantou as músicas do CD e alguns sucessos da carreira como "A Novidade".
Protesto
Antes de introduzir "Waiting in Vain", Gil fez uma crítica velada à possibilidade de guerra contra o Iraque.
"Bob Marley foi um guerreiro. Suas ações foram tiros espirituais que despertaram nos corações. Era um guerreiro diferente destes que andam por aí querendo espalhar fogo, ferro e sangue. Bob Marley era um guerreiro da paz, do amor", afirmou Gil.
Depois, cantou "Barracos" junto do público e encerrou a música mostrando a língua e fazendo caretas para a "gente estúpida" e "gente hipócrita" do país, crítica dos tempos de militante político.
Gil encerrou sua apresentação com o tema da série infantil "Sítio do Picapau Amarelo", o forró "Esperando na Janela" e a música-símbolo "Toda Menina Baiana". Cantou até as 4h40.
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