Exames de Paulo Autran indicam normalidade e descartam cirurgia

O ator Paulo Autran, 84, "continua evoluindo bem ao tratamento", conforme afirma boletim médico divulgado na manhã de hoje pelo hospital Sírio-Libanês de São Paulo.

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Paulo Autran durante a peça "O Avarento", de Molière, que é o 90º espetáculo do ator

Os resultados dos exames estão dentro da normalidade e descartam totalmente a necessidade de cirurgia.

O ator permanece internado na Unidade Crítica Coronariana para observação e acompanhamento clínico, devendo receber alta nos próximos dias.

Autran passou mal na tarde do último domingo (17), no camarim do teatro Cultura Artística na Consolação (região central de SP) antes de apresentar o espetáculo "O Avarento", que foi cancelado.

O mal-estar foi diagnosticado como insuficiência coronária, sendo revertido com medicação. O paciente permanece internado para observação e acompanhamento clínico. Ele está sob os cuidados da equipe médica coordenada pelo médico Drauzio Varella, do Hospital Sírio-Libanês. Em abril, o ator também foi internado no mesmo hospital, com um quadro de infecção.

Carreira

Nascido no Rio de Janeiro e formado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (Universidade de São Paulo) em 1945, Paulo Autran chegou a abrir um escritório antes de assumir a carreira artística. Ele estreou em um palco (ainda amador) em 1947.

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No camarim do teatro Cultura Artística, onde sentiu dores no peito

Em 1967, fez seu trabalho mais substancial para o cinema, "Terra em Transe", de Glauber Rocha. Esteve em filmes como "País dos Tenentes" (1987), de João Batista de Andrade e, recentemente, integrou os elencos dos filmes "A Máquina" (2005) e "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias" (2006).

Seu último trabalho na TV foi na minissérie "Hilda Furacão" (1998), da Globo. Entre seus trabalhos nesse veículo se destacam "Pai Herói" (1979), "Guerra dos Sexos" (1983), "Sassaricando" (1987) e "Brasileiras e Brasileiros" (1990).

Mas seu currículo mais extenso vem mesmo dos palcos. "Otelo", "Antígone", "My Fair Lady", "Liberdade, Liberdade", "A Morte do Caixeiro Viajante", "Visitando o Sr. Green" e "Adivinhe quem Vem para Rezar" estão entre seus sucessos no teatro.

Em sabatina realizada pela Folha em novembro de 2005, Autran lembrou momentos insólitos de sua trajetória, quando como cuspiu em Paulo Francis (1930-1997), então crítico de teatro, em defesa da amiga Tônia Carrero.

"Juntei bastante cuspe e cuspi com prazer", recorda ele. Em outra oportunidade, tentou dar um soco no crítico pelo mesmo motivo, mas não foi muito bem-sucedido. "Nunca havia dado um soco em ninguém. É difícil, sabe? O corpo se contrai, o braço fica sem força" revelou, bem-humorado.