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11/02/2003 - 05h38

"Good Bye" é visto como favorito no Festival de Berlim

FABIO CYPRIANO
enviado especial a Berlim

Há 17 anos, um filme alemão não vence a mostra competitiva do Festival de Berlim. "Good Bye, Lenin!", exibido anteontem, já era apontado como sério candidato antes da sessão para a imprensa e a produção é de fato uma das mais fortes até agora exibidas.

Dirigido por Wolfgang Becker, "Good Bye, Lenin" conta a história do adolescente Alex (Daniel Brül) e sua mãe, Christiane (Katrin Sass), uma militante comunista vivendo na Berlim comunista, às vésperas da queda do Muro, em novembro de 1989. Vítima de um ataque do coração, Christiane passa oito meses em coma em um hospital e, ao despertar, não pode suportar grandes novidades, entre elas, a de que o Muro caiu. Alex, então, mantém a mãe no quarto de sua casa, sem informá-la das gigantescas e vertiginosas alterações que o país sofria. Um ótimo argumento.

E como ele o fazia? Alex gravava falsos noticiários televisivos com um amigo, em que explicavam, à sua forma, o que a mãe não poderia entender. Como, por exemplo, a existência de um imenso outdoor da Coca-Cola, em frente a seu apartamento. "Foi revelado que a Coca-Cola é uma descoberta comunista da Alemanha Oriental, roubada pelos capitalistas", inventa o noticiário.

Mas, "Good Bye, Lenin" não é apenas uma comédia, pois a relação mãe-filho torna-se outro ponto forte da produção. "Busquei tratar de um importante capítulo da história alemã, mas tornando-o incidental, focando Alex em primeiro plano", disse o diretor Becker, em Berlim.

Entretanto, o filme alemão enfrentará uma dura disputa, pois o fim de semana trouxe outros dois fortes concorrentes: "As Horas", de Stephen Daldry ("Billy Elliot"), e "Adaptação", de Spike Jonze ("Quero Ser John Malkovich"). Em geral, Berlim reserva o fim de semana para as produções em que mais aposta. Foi assim com Walter Salles, que recebeu o Urso de Ouro por "Central do Brasil", em 1998, exibido num sábado.

Já "As Horas" deve e merece, hoje, receber diversas indicações ao Oscar. Com as ótimas atuações de Meryl Streep, Julianne Moore e Nicole Kidman, a produção, baseada no livro homônimo de Michael Cunningham, mescla a vida de três mulheres, tendo a escritora Virginia Woolf (Kidman) como foco principal. "O que me atraiu na adaptação do livro foi poder tratar das dificuldades de três mulheres em tomar decisões e de sua luta desesperada pela vida", afirmou Daldry.

Kidman esforçou-se, em Berlim, na divulgação do filme. Vencedora já do Globo de Ouro pelo papel, ela foi elegante até quando tentaram sugerir comparações entre as dificuldades da personagem com sua dramática separação de Tom Cruise: "O filme não foi uma terapia, mas com certeza Virginia Woolf apareceu em minha vida num momento em que eu precisava e que estava madura para compreendê-la", afirmou a atriz.

Ontem, foi a vez de George Clooney apresentar no festival "Confessions of a Dangerous Mind", sua estréia como diretor, tendo como roteirista Charlie Kaufman, que também escreveu "Adaptação" e é outro possível indicado ao Oscar hoje.

Baseado no livro do apresentador de TV norte-americano Chuck Barris, "Confessions" é uma ótima comédia, que trouxe um pouco de entretenimento ao tom político-dramático que o festival adotou neste ano. Afinal, como disse, Dieter Kosslick, diretor do evento, "todo festival precisa de bom entretenimento
 

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