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13/08/2000
-
05h01
da Folha de S.Paulo
O troféu Santa Clara, que agora chega à sua quarta edição, é uma peculiar premiação de TV. Seus jurados não querem saber de documentários da BBC, dificilmente aceitariam ter Fernanda Montenegro como concorrente e, ossos do ofício, acabam dando mais atenção a uma pegadinha de Sérgio
Mallandro do que ao mais recente "Roda Viva".
O paradoxo pode ser explicado. Tal qual um Oscar às avessas, o Santa Clara é voltado para o que de pior a TV brasileira exibiu ao longo do ano. As escolhas exigiram muita reflexão, uma vez que os produtos de qualidade duvidosa presentes em nossa televisão ainda são inúmeros. A premiação se dá dois dias após a data em que é celebrado o dia de Santa Clara, a padroeira da TV.
O júri, formado por jornalistas da Folha e do "Valor Econômico", mostrou diversidade nas escolhas. Não houve unanimidade em nenhuma categoria. Nem mesmo o agora tetracampeão Galvão Bueno, vencedor do Troféu "Vai que É Rua", para pior locutor esportivo, obteve 100% dos votos. A única dissidência ficou por conta da colunista Barbara Gancia, que cravou o seu voto em Cléber Machado, justificando: "Quando ele narra Fórmula 1, parece que está vendo uma corrida diferente da que a gente assiste".
Alguns concorrentes tiveram de enfrentar fortes competidores. As pegadinhas do Mallandro venceram o Troféu Santa Clara de Ouro, para o pior da TV, mas se depararam com adversários de nível como a apresentadora Ana Maria Braga, a falsa índia Aigo e até mesmo uma emissora completa, a Rede TV!.
Para Sérgio Dávila, correspondente da Folha em Nova York, "achar graça nas pegadinhas do Mallandro é doentio, é ser conivente com o que de pior a TV brasileira já foi capaz de mostrar. É gostar do "Homem do Sapato Branco", do Ratinho e do 'Cadeia'", afirma.
Na ausência de pesos-pesados como Victor Fasano, que no ano passado conquistou o bicampeonato como pior ator, o júri se dividiu entre o novato Reynaldo Gianecchini e o vivido Oscar Magrini. Para pior atriz, novo empate, triplo, entre as estrelas de "Marcas da Paixão", Vanessa Lóes e Carla Regina, e Letícia Spiller, por "Esplendor".
O repórter Daniel Castro foi a única voz dissonante, ao eleger Luana Piovani, por "Suave Veneno", que ainda era exibida à época da premiação do ano passado, mas cuja lembrança ainda hoje lhe é perturbadora. "Ela tem futuro como apresentadora."
O saldo final do quarto Troféu Santa Clara é que a premiação veio para ficar, pois na TV brasileira a quantidade de opções ruins cresce com a mesma rapidez que o número de canais.
Veja os vencedores em cada categoria
Saiba quem foi Santa Clara
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Troféu Santa Clara flagra a difusão do ruim
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O troféu Santa Clara, que agora chega à sua quarta edição, é uma peculiar premiação de TV. Seus jurados não querem saber de documentários da BBC, dificilmente aceitariam ter Fernanda Montenegro como concorrente e, ossos do ofício, acabam dando mais atenção a uma pegadinha de Sérgio
Mallandro do que ao mais recente "Roda Viva".
O paradoxo pode ser explicado. Tal qual um Oscar às avessas, o Santa Clara é voltado para o que de pior a TV brasileira exibiu ao longo do ano. As escolhas exigiram muita reflexão, uma vez que os produtos de qualidade duvidosa presentes em nossa televisão ainda são inúmeros. A premiação se dá dois dias após a data em que é celebrado o dia de Santa Clara, a padroeira da TV.
O júri, formado por jornalistas da Folha e do "Valor Econômico", mostrou diversidade nas escolhas. Não houve unanimidade em nenhuma categoria. Nem mesmo o agora tetracampeão Galvão Bueno, vencedor do Troféu "Vai que É Rua", para pior locutor esportivo, obteve 100% dos votos. A única dissidência ficou por conta da colunista Barbara Gancia, que cravou o seu voto em Cléber Machado, justificando: "Quando ele narra Fórmula 1, parece que está vendo uma corrida diferente da que a gente assiste".
Alguns concorrentes tiveram de enfrentar fortes competidores. As pegadinhas do Mallandro venceram o Troféu Santa Clara de Ouro, para o pior da TV, mas se depararam com adversários de nível como a apresentadora Ana Maria Braga, a falsa índia Aigo e até mesmo uma emissora completa, a Rede TV!.
Para Sérgio Dávila, correspondente da Folha em Nova York, "achar graça nas pegadinhas do Mallandro é doentio, é ser conivente com o que de pior a TV brasileira já foi capaz de mostrar. É gostar do "Homem do Sapato Branco", do Ratinho e do 'Cadeia'", afirma.
Na ausência de pesos-pesados como Victor Fasano, que no ano passado conquistou o bicampeonato como pior ator, o júri se dividiu entre o novato Reynaldo Gianecchini e o vivido Oscar Magrini. Para pior atriz, novo empate, triplo, entre as estrelas de "Marcas da Paixão", Vanessa Lóes e Carla Regina, e Letícia Spiller, por "Esplendor".
O repórter Daniel Castro foi a única voz dissonante, ao eleger Luana Piovani, por "Suave Veneno", que ainda era exibida à época da premiação do ano passado, mas cuja lembrança ainda hoje lhe é perturbadora. "Ela tem futuro como apresentadora."
O saldo final do quarto Troféu Santa Clara é que a premiação veio para ficar, pois na TV brasileira a quantidade de opções ruins cresce com a mesma rapidez que o número de canais.
Veja os vencedores em cada categoria
Saiba quem foi Santa Clara
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